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    O clichê de ser original

    Ser original, muitas vezes, parece impossível. A impressão que temos é que tudo nesse mundo já foi escrito e mostrado e que não importa como fizermos, sempre soaremos como uma cópia. Mas isso não é verdade.

    Sabe por que? É simples. Ninguém vê o mundo como você vê. A sua forma de pensa é única e dessa forma, a sua forma de escrever também é única. Se você não passa o dia inteiro tentando soar como o Stephen King ou como o Tolkien – e mesmo que você faça isso – é bem provável que você já tenha criado um estilo único, que não poderá ser copiado e que fará com que os seus leitores reconheçam facilmente o seu texto.

    Por mais que algumas pessoas não gostem de admitir isso, até mesmo a Stephenie Meyer foi original quando ela escreveu o seu maior sucesso, a saga Crepúsculo. Há grandes novidades na sua história, ainda que muitos possam considerar tais novidades de gosto duvidoso. Mas o fato é que os livros da franquia, de certa forma, são diferentes dos outros livros de vampiros que existiam até então. E eles inspiraram muitos “crepúsculos genéricos” que vieram depois.

    Quando estou selecionando os livros enviados ao selo Novos Autores da Maori Books, não é raro ler livros totalmente inspirados – para não dizer copiados – em sucessos mundiais. Isso não é ruim. Há quem diga que Harry Potter é uma cópia de O Senhor dos Anéis, embora eu ache isso um exagero. O que você precisa ponderar é se isso te fará mesmo feliz. Você quer ser conhecido como a pessoa que escreve exatamente igual ao Kafka? Quer ser conhecido como um clone do estilo do George R. R. Martin?

    Pode parecer um elogio para algumas pessoas quando se é comparado com um grande escritor, mas, pra mim, sempre soou de forma negativa. Eu sempre pensava: “Meu Deus, estou fazendo algo muito errado…” E então eu parava de ler aquele dito autor por um tempo e me cercava de autores diversos, para fugir daquele paradigma. Sugiro que faça o mesmo se procura ser original.

    Outra forma de ser original é usar as novas tecnologias disponíveis ao seu favor. Nessas horas, aplicativos de celular e tablets podem ser extremamente uteis. Imagine que você escreveu um romance épico de fantasia. Para complementar o livro, você desenvolveu um aplicativo com todos os apêndices, informações extras sobre o mundo, as raças, os povos e tudo mais que possa interessar aos seus leitores. Você consegue imaginar com isso agregaria a sua imagem e ao seu livro?

    Mas o ponto é somente um. Você não precisa investir na velha formula só por ter medo de não conseguir se destacar. As pessoas anseiam pelo novo. Elas querem ser surpreendidas. Se você tem mais de 20 anos deve se lembrar de como foi incrível assistir Matrix pela primeira. Ainda que a história possua muitas referências e tenha sido inspirada por diversas fontes, ainda assim ela é original. E os efeitos visuais também eram completamente novos, incríveis. Enchiam os olhos.

    O mesmo, infelizmente, não aconteceu com Matrix Reloaded e Revolutions, as continuações do filme, que possuem roteiros fracos e pouco originais, cheios de clichês. Fica claro a cada cena que estes filmes foram feitos visando uma única coisa: o lucro.

    Não cometa este erro. Sempre quando se sentar diante da folha em branco, pense: “Como eu posso contar esta história (seja ela qual for) de uma forma que não poderia ser contada por mais ninguém?” Talvez a resposta não venha de imediato, mas conforme você começar a escrever, ela certamente virá. Acredite em você. Confie nos seus instintos. Seja original sempre.

    PS: É… Sim, eu sei. Não precisa dizer nada. Eu sei que é muito clichê dizer que todos precisam ser originais. Mas fazer o que?


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    Matheus Prado
    Matheus Pradohttps://conteudo.matheusprado.com.br/
    Matheus é jornalista, escritor e cineasta. Acredita que a vida é um oceano profundo e que devemos nos aventurar muito além da superfície.

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