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    DAN BROWN: os “3 C’s” da escrita de thrillers e como usá-los para escrever qualquer gênero literário

    No começo do ano, decidi realizar um investimento que já planejava há muito tempo: a masterclass do Dan Brown, autor de “Anjos e Demônios”, “O Código Da Vinci” e o recente “Origem”. Apesar de algumas ressalvas, considero Dan Brown um ótimo autor em vários quesitos, principalmente a capacidade de unir realidade e ficção de uma forma fascinante.

    O engraçado é que esta também é a minha principal ressalva contra ele, mas falamos sobre isso em outra hora…

    Dentre as muitas coisas interessantes que aprendi ao longo das aulas, uma das coisas que me marcou foram os 3 C’s da escrita de thrillers, como ele decidiu chamar. Estes elementos são: contrato, relógio e cadinho (Contract, Clock e Crucible).

    Você pode escrever um gênero diferente, como fantasia ou ficção científica, e achar que esse tipo de conteúdo não será útil para você, mas preciso dizer que qualquer história pode ficar mais interessante se carregar algum elemento dos thrillers.

    Isso porque eles tendem a ter um ritmo mais acelerado e uma grande dose de tensão… Mas todas as histórias precisam de tensão e um bom ritmo. Então, vamos mergulhar nos 3 C’s para que você possa entender o que estou querendo dizer.

    01 – Faça um contrato com o seu leitor

    Segundo Dan Brown, quando você escreve um romance, você realiza uma série de promessas para o leitor e, de forma alguma, pode quebrar essas promessas. Quando introduz personagens misteriosos, teorias da conspiração e enigmas impossíveis de serem quebrados, você faz com que os leitores queiram saber o que vai acontecer.

    E, em hipótese alguma, você deve finalizar a trama sem apresentar desenrolar destes fatos. Todas as perguntas devem ser respondidas. É claro que as respostas não precisam chegar todas de uma vez, mas, até o final do livro, você precisa explicar as coisas. Segundo Dan Brown:

    Se você pendurar uma espingarda na parede, no capítulo um, é melhor que alguém a use até o final do livro.

    Este conceito é bem fácil de entender, não concorda? Qualquer história que se preze deverá fazer promessas para manter o leitor interessado. E, obviamente, você precisa cumprir estas promessas em algum momento. Caso o contrário, a única coisa que conseguirá é uma legião de leitores descontentes.

    02 – O relógio não pode parar de correr

    Outra ação importante é delinear de forma claro os prazos para as coisas acontecerem. Ao mesmo tempo, você precisa manter os riscos altos para que a história avance de forma frenética.

    Segundo Dan Brown, Anjos e Demônios se passa em apenas 24 horas. Neste meio tempo, o professor Robert Langdon precisa encontrar uma bomba de antimatéria e salvar o mundo antes que ela exploda no coração do Vaticano. Há um grande marcador de tempo na bomba, que dá ritmo para a trama, uma vez que a pressão de ter que resolver as coisas naquele espaço de tempo intensifica a urgência da trama e mantém o ritmo.

    Como já disse, essa regra vale para qualquer tipo de história. Quer um exemplo: imagine um romance onde os amantes precisam encontrar um jeito de ficar juntos antes que um deles seja mandado para a guerra ou para um colégio interno.

    03 – o “cadinho” é essencial

    Embora não estejamos muito acostumados com o termo “cadinho” (ou crisol), ele desempenha um papel fundamental na metodologia de Dan Brown. Cadinho é um recipiente especial utilizado para experiências químicas para misturar ou fundir metais e outras substâncias.

    Segundo o autor, em sua metodologia, o conceito se refere a necessidade de colocar os personagens em uma provação extremamente difícil. Dessa forma, deve haver apenas UMA MANEIRA de chegar à resolução do livro. O personagem não pode descobrir um atalho para fugir das dificuldades.

    Ainda segundo Dan Brown:

    Essa idéia de restringir seus personagens é absolutamente crítica. E é uma daquelas coisas que não é necessariamente intuitiva.

    Em “O Senhor dos Anéis”, a única maneira de destruir o Um Anel é levá-lo até a Montanha da Perdição, no coração da terra de Mordor, e jogá-lo na lava. Não há opções. Não há atalhos.

    Vale a pena usar a técnica dos 3 C’s?

    Como eu já estou careca de dizer, não há regras quando o assunto é escrita criativa. Há caminhos que você pode seguir ou não, mas nada que te obrigue a tomar decisões. Os 3 C’s funcionam desta forma também.

    Você pode usá-los para deixar suas histórias mais interessantes, mas isso não quer dizer que elas não serão interessantes se você não usá-los. A melhor forma de fazer entender se você precisa ou não deste artifício é tentando aplicá-lo em sua história.

    Nos próximos dias, vou trazer mais algumas dicas incríveis que aprendi nas Masterclass do Dan Brown. Mas, caso queira beber direto na fonte, clique neste LINK e considere participar do curso. O conteúdo está totalmente em inglês e não é muito barato (considerando o valor atual do dólar), mas vale muito a pena.

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    Matheus Prado
    Matheus Pradohttps://conteudo.matheusprado.com.br/
    Matheus é jornalista, escritor e cineasta. Acredita que a vida é um oceano profundo e que devemos nos aventurar muito além da superfície.

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