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    Abandone todos os seus clientes

    A dica de hoje foi baseada em uma palestra que assisti na Campus Party deste ano. O palestrante era ninguém menos que o Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden e apesar do clima de veneração sobre ele, seu conteúdo foi um dos mais valiosos de toda a feira.

    Trata-se da ideia de diferenciação entre clientes e fãs. Todos nós, que vendemos alguma coisa, seja um livro, uma consultoria, o design de uma capa ou uma correção ortográfica, possuímos algum tipo de cliente. E quanto mais clientes nós conseguimos, mas satisfeitos ficamos.

    Mas o fato é que não deveríamos nos preocupar com clientes. Muito pelo contrário. Nós devemos evitá-los a todo custo. Nas palavras do próprio Dickinson, “eu odeio clientes e os evito porque os clientes têm uma escolha”. O cliente pode decidir se ele quer ou não comprar o seu livro. Se ele encontrar outro sobre o mesmo tema de um outro autor e que esteja mais barato, ele pode escolher o outro e ignorar o seu. Já parou para pensar nisso?

    E como resolver este problema? É simples. Não tenha clientes.

    Poxa, então eu não devo vender meus livros? Eu não disse isso. O que estou tentando dizer é que você deve abandonar os clientes e conseguir fãs. Os fãs não têm escolha. Eles não vão trocar seus livros pelos livros de outro autor. Mesmo que o outro livro esteja sendo distribuído de graça, ainda assim eles comprarão e lerão o seu.

    O fã é fiel a você até o último momento. Ele ama tudo que você faz, te segue nas redes sociais e vai em eventos onde você está. Ele te defende com unhas e dentes quando falam mal de você. Ele compra suas obras sem se importar com o preço. Mais do que o dinheiro, ele vê o valor da sua obra. O valor real, ou seja, o que ela acrescentará na vida dele.

    Veja o exemplo do excelente escritor Fabio Yabu. Há muitos anos atrás, ele lançou uma série de HQs para a internet chamada Combo Rangers. Os personagens fizeram tanto sucesso que acabaram saindo da internet, sendo publicados em várias edições impressas pela editora JBC. Com o passar do tempo, o autor resolveu abandonar a publicação, pois, apesar do sucesso das edições, ele já não tinha mais como pagar os artistas que produziam as aventuras. E então, uma horda desesperada de fãs órfãos surgiu.

    A insistência dos fãs foi tanta que, muito tempo depois, o Yabu decidiu criar um projeto no Catarse, um site de crowdfunding, para financiar novas edições da série. Num primeiro momento, ele desejava conseguir R$ 40.000 para custear as três primeiras edições. Mais do que isso, ele conseguiu quase R$ 70.000 em poucos dias.

    Os fãs do Yabu não tinham escolha. Ele escreveu histórias tão incríveis e os cativou de tal maneira que eles PRECISAVAM ler as aventuras dos Combo Rangers mais uma vez. Se eles fossem apenas clientes, teriam ignorado completamente o chamado. Prefeririam baixar ilegalmente algum mangá dos milhares de sites que divulgam este conteúdo.

    Tenha isso em mente quando for escrever seus livros. E, principalmente, quando for desenvolver sua relação com seus leitores. Para eles, seu livro não deve ser apenas mais um livro. Deve ser a coisa mais importante que eles já tiveram nas mãos. É por esse motivo que você deve ser sempre original e não uma cópia barata de um outro escritor qualquer.

    Pode até parecer bacana ser comparado com um grande autor, como o Stephen King, por exemplo. Você pode se orgulhar disso. Mas lembre-se que um cliente sempre preferirá comprar o pior livro do Stephen King do que o melhor livro do seu imitador. Busque a originalidade sempre e obtenha fãs pelos seus próprios trabalhos.

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    Frases que mudarão sua vida | Seth Godin

    Eis uma verdade: O livro que realmente vai mudar a sua vida e o livro que você escrever.

    A série “Frases que mudarão sua vida” foi criada com o intuito de inspirar o novo autor a continuar escrevendo. Semanalmente, postarei frases de grandes nomes da literatura com mensagens para quem deseja se aventurar no mundo da escrita.

    A frase de hoje é de Seth Godin. Para quem não o conhece, ele escreve sobre marketing e negócios. Seth fundou uma das primeiras companhias de marketing digital, a Yoyodyne, que mais tarde foi comprada pelo Yahoo!. Ele já escreveu muitos livros, sobre diversos temas, mas foram os livros que veiculam a sua ideologia de marketing que o tornaram mais famoso.

    Seth-Godin

    Confira um passo a passo completo sobre como enviar o seu livro para uma boa editora

    Escrever um livro não é, nem de longe, uma tarefa fácil. São meses (ou até mesmo anos) de muito trabalho duro e noites mal dormidas para deixar a história perfeita e cativante. E é comum que o autor queira compartilhá-lo como o mundo após todo o esforço.

    Mas o problema aparece quando você decide apresentá-lo imediatamente depois de terminar de escrever a palavra “FIM”. Um livro não fica pronto quando você acaba de escrevê-lo. Na verdade, com a oferta muito maior do que a demanda, escrever o livro acabou se tornando a parte mais “fácil”, aqui no Brasil. Depois disso, ainda temos uma ou dois revisões, vários processos de reescrita e o temido copidesque. Isso sem contar os leitores beta e os leitores críticos.

    Mas, supondo que seu livro já passou por todos os estágios necessários, o que quer agora é saber como fazer para enviá-lo para uma editora, não é mesmo? Como chamar a atenção de algum editor?

    Já te adianto que o primeiro passo é entender de uma vez por todas que não existe uma fórmula secreta! Nada que eu disser neste artigo vai garantir que o seu livro será aceito.

    Mas algumas das dicas que eu vou te apresentar serão úteis para que você não soe muito prepotente ou arrogante em sua apresentação. Na mesma medida, vão impedir que você perca totalmente a sua confiança, uma vez que um autor retraído e reprimido é tão ruim quanto autor que se considera o melhor.

    Durante muito tempo, atuei como coordenação do Selo Novos Autores, da editora Maori Books, e sempre me surpreendi com os materiais que recebia. Muitas obras me impressionavam bastante. Ao mesmo tempo, sempre existiram aquelas que poderiam render livros incríveis, mas que pecavam em alguns pontos e acabavam descartadas unicamente pela forma como o autor se comportava.

    Pensando nisso, decidi dar umas dicas para os autores novatos que desejam encaminhar seus originais para alguma editora, seja ela qual for. Confira.

    Você já ouviu falar em Query Letter?

    Uma Query Letter, ou como eu prefiro dizer, uma Carta de Apresentação, é um texto que pode ser anexado ao e-mail de envio do original, inserido na primeira página do próprio original ou digitado no corpo do e-mail. Primordialmente, ela deve conter uma descrição do livro boa o suficiente para despertar a curiosidade do editor ou de seu assistente.

    E a primeira dica que eu te dou é: Escreva corretamente. Já recebi muitas sinopses impossíveis de serem compreendidas, de tantos erros que havia. Outras eram gigantescas e não falavam absolutamente nada. Lembre-se sempre de que você é um ESCRITOR e sua principal função é fazer com que os leitores acreditem e amem aquilo que você escreve. A Carta de Apresentação é o primeiro contato que o editor tem com seu texto e se ela for ruim, ele ignorará completamente o resto do seu material.

    Uma boa Carta de Apresentação não deve ser maior do que uma página A4. Ela será dividida em cinco partes. Confira:

    Primeira Parte: Introdução. Explique a Intenção da sua carta;

    Segunda Parte: Logline. Uma descrição extremamente clara e objetiva da sua história. Deve conter, no máximo, duas linhas.

    Terceira Parte: Sinopse. Escreva a sinopse da história. Descreva os principais personagens e plot central. É preciso acrescentar que nessa parte existe um problema: Você deve ou não contar o fim da sua história? Eu acredito que a resposta varia de um caso para o outro. Analise bem e decida. O importante é impressionar o editor e mostrar para ele que seus escritos tem muito potencial. E também que você sabe como contar uma história.

    Quarta Parte: Biografia do Autor. Escreva um texto curto e direto sobre você. Tente destacar, principalmente, as características que fazem de você um bom escritor. Não tente impressionar o editor citando seus diplomas e coisas do tipo. Principalmente se eles não tiverem ligação nenhuma com o que você escreve. Mas se você escreveu um livro de fantasia medieval, vale a pena dizer que é professor de história, com pós-doutorado em guerras medievais.

    Quinta Parte: Encerramento. Em um único parágrafo, agradeça a atenção e manifeste sua disponibilidade para uma conversa futura sobre a obra e uma possível publicação. Disponibilize todos os seus contatos e se mostre totalmente acessível.

    O Diabo está nos detalhes

    Tome muito cuidado com os detalhes. Quando você envia um original, antes de chegar às mãos do editor, ela passa por, pelo menos, mais uma pessoa. Por esse motivo, tome muito cuidado com as coisas que você escreve. Seja extremamente profissional e respeitoso.

    Leia atentamente e siga todas as regras exigidas pela editora. Muitas delas solicitam, inicialmente, uma carta de apresentação, contendo apenas a sinopse da obra, para solicitar o original apenas se ela despertar o interesse do editor. Isto acelera o processo de aprovação dos originais, pois filtra as obras que não se enquadram na linha editorial e que não tem a qualidade exigida. Tome isso com algo bom e esforce-se ao máximo para demonstrar seu domínio sobre a escrita.

    Antes de enviar seu original, certifique-se de que ele está pronto. Leia, releia, reescreva e corrija quantas vezes forem necessárias. Não se esqueça de um detalhe muito importante: Não há uma segunda chance para causar uma boa primeira impressão.

    O que não escrever

    Abaixo, confira frases escritas por autores iniciantes em Cartas de Apresentação que até seriam engraçadas se não fossem trágicas. Tome muito cuidado com isso.

    Publique o meu livro pelo amor de Deus, pois eu sou muito pobre e não tenho condições de pagar para uma editora lançá-lo. Não faça isso nunca. A editora não é uma casa de caridade. O editor não terá dó de você e seu filme ficará queimado.

    O meu livro te tornará muito, mas muito rico mesmo. Não fale em dinheiro em suas apresentações. Este é mercado de risco e até mesmo grandes autores já lançaram livros que deveriam ser um sucesso mas que foram um grande fracasso. Você nunca vendeu seu livro. Como pode saber que ele será um sucesso?

    Meu livro já está registrado. Não tente roubá-lo. Acredite, ler isso é muito mais comum do que parece. Talvez seja um reflexo dos novos tempos, onde tantas editoras mal-intencionadas se escondem nas sombras em busca de autores ingênuos. Mas saiba que um editor profissional e respeitável jamais cogitará roubar seu livro. Se a ideia for tão boa assim, será muito mais fácil – e até mais barato – lançá-lo e dividir os lucros com você.

    Meu livro ainda precisa de uns ajustes, mas dá para entender a ideia… Nunca minimize o seu próprio material. O livro que você enviou deve ser a sua melhor obra. Se não for, guarde-o para você.

    Meu livro é o novo O Senhor dos Anéis. É fato que algumas editoras vendem seus livros com essas comparações estranhas. Mas essa é uma decisão de marketing usada para induzir o leitor a comprar aquele livro. Logo, se você escrever isso, o editor acreditará que você está tentando induzi-lo a ler seu original a todo custo e é provável que decida descartá-lo. E sempre existe a possibilidade do editor odiar o livro com o qual você comparou o seu…

    Se você não gostar deste livro, eu tenho mais dois que posso encaminhar. É bom ter mais de um livro, mas você deve apresentá-los um de cada vez. Além disso, se insinuar que o editor pode não gostar da sua obra, estará mostrando que não tem confiança no seu próprio trabalho. Lembre-se sempre: Se o editor se interessar por seu livro e quiser saber sobre outros textos, ele mesmo irá perguntar.

    Estas foram as dicas de hoje. Espero que sejam úteis. Boa sorte e até mais.


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    O que NÃO fazer para divulgar seu livro

    Sua imagem é extremamente importante para sua obra e você deve preservá-la desde o início. Os leitores mais ávidos estão atentos a todos os detalhes. Por esse motivo, usarei este post para enumerar coisas que você NÃO deve fazer na internet, principalmente em redes sociais.

    São 7 dicas práticas e simples que vão te ajudar – e muito – a não se tornar um chato. Confira.

    1Não escreva mensagens promocionais na linha do tempo dos seus amigos e seguidores. Por mais que você não tenha notado, isso é spam, e ninguém gosta de ter sua linha do tempo repleta de spam. E você não vai conseguir aumentar as suas vendas com essa atitude. Muito pelo contrário. É mais provável que muitas pessoas deixem de segui-lo e passem a ignorar seus lançamentos.

    2Não marque centenas de amigos em seus posts. O recurso de marcar amigos em fotos, posts e comentários está presente em praticamente todas as redes sociais e, se for bem utilizado, pode ser extremamente útil. Mas se você marcar todos os seus amigos e tudo que postar, assim como no exemplo acima, estará gerando conteúdo indesejado para eles. Ou seja, spam. Evite isso sempre.

    3Não tente apenas vender. Uma das regras do sucesso na internet é a reciprocidade. Você precisa dar antes de receber. Se todos os seus posts forem de links para páginas de venda, as chances são de que você perca cada vez mais seguidores. Ofereça conteúdo gratuito para os seus seguidores sempre. Posts com dicas em blogs e eBooks são uma boa opção. Vídeos também funcionam muito bem, principalmente no facebook, que valoriza esse tipo de conteúdo e o apresenta para um número maior de pessoas.

    4Não expresse opiniões pessoais polêmicas. Algumas pessoas são famosas por suas opiniões polêmicas e é por esse motivo que são seguidas. Mas se você não é uma dessas pessoas, nunca poste esse tipo de conteúdo na sua linha do tempo. Use seus posts para acrescentar mais a vida do leitor e não para dar a ele motivos para te odiar. Se estes temas não forem o foco do seu trabalho, evite falar de futebol, religião, política, opções sexuais e coisas do gênero. Não estou dizendo que tais assuntos não devem ser debatidos. Mas o seu perfil profissional, seja na rede social que for, jamais deve ser usado este foco. Nunca gere polêmica desnecessariamente.

    5Não crie perfis no facebook. A maior rede social do mundo tem algumas regras e, se você quer utilizá-la, deve segui-las. Principalmente no que diz respeito a perfis e páginas. Se você é um escritor e vende algum produto, ainda que você não tenha CNPJ e coisas do tipo, agora você é uma empresa. Crie um Fan Page e divulgue seu trabalho dessa maneira. O facebook limita os perfis a 5000 amigos e não existe nada pior para uma empresa do que criar o Perfil 1, Perfil 2, Perfil3… Isso demonstra amadorismo e total falta de conhecimento sobre a ferramenta.

    6Não se isole da internet. Nos dias de hoje, deixar de utilizar-se das redes sociais significa desperdiçar um grande potencial que está totalmente ao nosso alcance, geralmente de forma gratuita. Se os seus leitores estão lá, por que você também não deveria estar? Se você tiver de escolher entre criar uma conta em uma rede social cheia de potenciais leitores e produzir um website particular, escolha a primeira opção. Ela vai te garantir mais engajamento e interação. Afinal, as pessoas já acessam a rede, seja ela qual for, com frequência e já estão cadastradas lá. A sua única obrigação será mostrar que seu conteúdo é bom e convencê-lo a segui-lo. Mas, se for possível, seja presente nas redes e tenha seu próprio website.

    7Não crie contas em todas as redes sociais. Pior do que não ter conta em uma determinada rede é ter uma conta e nunca usá-la. Por esse motivo, faça uma pesquisa, descubra onde seus leitores estão e crie contas apenas nesses lugares. Dessa forma, você pede dar total atenção a todos os seus perfis, sem esquecer de atualizar algum. Poste conteúdo variado e diferenciado em cada um deles, para incentivar o seu leitor a te seguir em todos os luares.

    Espero que gostem das dicas. Até breve!

    Cuidado com a Gramática

    Costumo acompanhar publicações de autores independentes. Principalmente os que tem a coragem de se autopublicar em sites como o Clube de Autores e o Perse. E preciso dizer que, salvo raríssimas exceções, o que tenho visto tem me deixado chocado. Há muitas ideias boas. Muitas sinopses que, se bem aproveitadas, poderiam render ótimos livros. Mas quando clico na leitura da amostra, a decepção toma conta do meu ser.

    Tenha uma coisa sempre em mente: Se você quer ser escritor, o mínimo que precisa é saber escrever corretamente. Não precisa se transformar no Professor Pasquale, mas as pessoas precisam entender o que você escreve. E não venha me falar do Saramago ou de algum outro escritor que ignora as regras gramaticais. Nenhum deles chegou a fama escrevendo errado.

    A máxima é a seguinte: Conheça muito bem as regras para só depois tentar quebrá-las.

    Cuidado com a utilização das vírgulas. Elas jamais substituem os pontos finais. Muito pelo contrário. Virgulas em excesso podem transformar a leitura numa grande sessão de tortura. Se estiver na dúvida, use ponto. Frases curtas surtem mais efeito. Sempre. E, é claro, facilitam o entendimento do texto.

    Releia, sempre que puder, os seus livros didáticos dos tempos da escola. Você descobrirá que eles guardam informações valiosíssimas que, muitas vezes, são negligenciadas pelo fácil acesso aos corretores automáticos dos softwares de escrita. Se possível, desative todos os corretores quando estiver digitando seus textos.

    Saiba a diferença entre Mal e Mau. Aprenda a diferença entre Concerto e Conserto. Tente decifrar os mistérios da utilização do Por Que, Porque, Por Quê e Porquê. E nunca, absolutamente nunca, use a palavra estória. Ela não existe no Português do Brasil. Seja ficção ou realidade, o que você escreve são histórias, com H e I.

    Compre um dicionário. Não use a internet para tudo. Você quer viver de livros, não é mesmo?  Então comece a confiar neles. Leia todos que puder e aprenda o máximo que seu cérebro permitir. Conhecimento nunca é demais, quando você sabe filtrar o que aprende.

    Como saber se eu sou desorganizado?

    Existem algumas formas de saber se você controla seu tempo. Observe os tópicos abaixo e descubra se você é o senhor do seu tempo ou se é o contrário.

    1. Você se concentra apenas em trabalhar, deixando de lado outras coisas básicas para você, como passar um tempo com sua família ou ler um bom livro.
    2. Você se sente preso, como se apenas trabalhasse sem nunca parar para pensar no que está fazendo. É como se você fosse uma máquina que faz tudo sempre igual.
    3. Você trabalha até varar a noite, no fim-de-semana e até mesmo quando está viajando de férias.
    4. Quando o dia começa, você tem aquela sensação de que tem mais trabalho do que horas disponíveis. Há tanta coisa para fazer que você nem sabe por onde começar.
    5. Você nunca consegue terminar um livro. Depois de dois minutos escrevendo, seu celular te distrai e você corre para bater papo com seus amigos.
    6. Há tantas anotações na sua mesa que seu computador desapareceu. Às vezes, é difícil até achar a porta do quarto de tanto papel espalhado.
    7. Você perdeu muito peso ou então ganhou muitos quilos nos últimos dias, por ter comido apenas porcarias e praticamente não ter saído de perto do computador.

    Estes são apenas alguns dos fatores que ilustram as pessoas desorganizadas. Por mais que digam que o bom escritor está com a cabeça trabalhando sempre, é bom que fique claro que, até para isso é necessário um pouco de organização. Você não pode deixar que seu trabalho tome conta da sua vida, por mais que ame escrever.

    Tire um tempo para a diversão e, é claro, para o descanso. Cuide bem de você. Não adianta nada ser a pessoa mais produtiva do mundo se você não cuidar do seu bem mais precioso, que é a sua saúde. Tome muito cuidado com a sua alimentação. Evite frituras e fast foods, principalmente tarde da noite. Dê preferência para frutas, verduras e carnes grelhadas. Sempre que possível, opte por uma alimentação balanceada e sem exageros. Alimente-se bem e seu corpo estará funcionando da melhor forma possível sempre.

    Fazer exercícios físicos também é muito importante. Ainda mais se você passa horas e horas sentado na frente de uma mesa, escrevendo. Um corpo sedentário é um corpo fraco. E hoje em dia, estamos cada vez mais sedentários. Você nunca deve passar mais de 3 horas sentado sem se levantar e andar um pouco, nem que seja apenas para pegar um café. Se puder, pratique algum esporte ou algum tipo de aeróbica. Comece de leve para ir se acostumando aos poucos com o ritmo das atividades físicas. Pratique algo que lhe dê prazer e não que cause dor.

    E, por fim, durma o máximo que puder. É fato que a maioria dos escritores trabalha a noite e dorme pouco. Eu mesmo sou assim. Se esse também for o seu caso, tente dormir durante o dia. No mínimo, recompense o sono perdido no fim de semana. O cérebro também precisa de descanso para liberar todo o seu potencial.

    Os Três Pilares da Retórica

    Um tema pouco discutido pelos escritores mas que possuiu muito potencial e pode ser até crucial na escrita de um bom livro é a Retórica. Caso você ainda não saiba, retórica é a capacidade de se usar de uma linguagem, seja ela escrita ou falada, para se comunicar de forma eficaz e extremamente persuasiva.

    O termo tem origem na palavra rhetorica, do latim, e que, por sua vez, foi originada do grego ῥητορικὴ τέχνη (rhêtorikê). Ao que se sabe, a retórica nasceu na Sicília por volta de quinhentos anos antes de Cristo e foi introduzida em Atenas pelo sofista Górgias. Ela se desenvolveu muito bem nos círculos políticos e judiciais da Grécia antiga. A retórica foi uma das três artes liberais ensinadas nas universidades da Idade Média, constituindo o “trivium”, junto com a Lógica e a Gramática.

    A retórica, geralmente, é utilizada em discursos falados e é por isso que muitos palestrantes e professores são especialistas nesta arte. Para a criação de um discurso estruturado na retórica, seu criador precisa construí-lo em cima de cinco elementos. São eles os Cinco Cânones da Retórica, apresentados abaixo:

    • Inventio (Invenção): A escolha do conteúdo do discurso
    • Dispositio (Disposição): A organização deste conteúdo
    • Elocutio (Elocução): A expressão adequada do conteúdo
    • Memoria (Memorização): A memorização do conteúdo
    • Actio (Ação): A declamação do discurso

    Se você deseja aprender mais sobre retórica para utilizá-la em discursos e palestras, sugiro que compre livros sobre o tema e pesquise na internet. Não entrarei mais a fundo nesta área porque o foco deste livro é formar escritores e não palestrantes. Por isso, a partir de agora, irei substituir o termo “discurso” por “texto”, pois isso irá facilitar o entendimento.

    Para aplicar a retórica de forma correta, o escritor precisa estar atento aos seus fundamentos, ou seja, os seus Três Pilares. São eles o Logos, Pathos e o Ethos. Quando usados de forma sábia, estes três elementos constituem um texto irresistível para o leitor.

    Vamos analisa-los.

    O Logos é a Lógica. Seus textos precisam ser lógicos. Eles precisam fazer sentido para quem se dispõem a lê-los. Ainda que você escreva sobre temas fantásticos, como fadas e elfos, é necessário que haja uma conexão entre o mundo real e o seu mundo. Isso pode ser feito de várias formas e, se aplicado corretamente, o leitor sequer notará. Mas ele sentirá uma grande empatia pelos personagens quando perceber que ambos pertencem ao mesmo lugar. Os livros do Harry Potter fazem isso muito bem. Ainda que ele viva em um mundo de magia, vemos coisas que nos puxam para a realidade, como as referências a bandas de rock, a cerveja, a Coca-Cola em algum restaurante e coisas do gênero. Além disso, no verão, ele sempre volta para o mundo real.

    O Pathos é a Paixão. Seus textos precisam conter altas doses de paixão, ou seja, de emoção, para que o leitor realmente acredite nele. Se você usou bem o Logos e convenceu o seu leitor de que sua história é lógica e faz sentido, agora deve usar o Pathos para prendê-lo completamente. Com isso, ele vai amar o seu mundo novo e nunca mais vai querer sair dele.

    O Ethos é a Ética. Seu texto deve ser ético e verdadeiro. Não é ético escrever sobre uma pessoa ruim, que sempre fez coisas terríveis e que, no fim das contas, acaba se dando muito bem. O leitor não se identificará com este personagem e ficará extremamente decepcionado com você. Isso não quer dizer que o final do seu livro precise ser feliz sempre. Tome como exemplo a história do filme Coração Valente. William Wallace sofre durante toda a história. Sua mulher é morta e, no final, ele também acaba sendo morto. Mas este fim é logico, emocionante e ético, por assim dizer. Wallace cumpriu seu objetivo. Lutou pela liberdade até o fim e seus atos foram decisivos na Guerra da Independência Escocesa.

    Vale lembrar que, no discurso, o Ethos também é a forma como o orador convence o público de que está qualificado para falar sobre o assunto. Isso demonstra como o seu caráter, ou seja, a sua ética, aliada aos seus conhecimentos e sua autoridade podem influenciar seus ouvintes. Isso fica claro quando assistimos a uma palestra onde o orador é apresentado como Professor de Harvard. A simples menção a esta importante faculdade já garante qualidades únicas e irrefutáveis ao palestrante e, de forma geral, ao conteúdo de sua palestra.

    Tenha sempre em mente que a ética deve estar presente tanto no seu texto quanto fora dele. A retórica deve ser aplicada com cautela. É muito importante atingir e impactar o seu público leitor, mas saiba que existem limites para a manipulação de ideias e você não deve excede-los. Seu público não é bobo e se você tentar manipulá-lo de alguma forma, mais cedo ou mais tarde acabará sendo questionado quanto a isso. O ideal é que você estimule seus leitores a acreditarem naquilo que você escreve e não que os obrigue a acreditar.

    De qualquer forma, este é um tema que deve seu muito estudado para ser melhor compreendido e aproveitado. Confira as Referências Bibliográficas nos apêndices deste livro se quiser saber mais.

    Primeira ou Terceira Pessoa?

    Essa é umas das dúvidas mais recorrentes quando se começa a escrever um livro. E não são apenas os novatos que se veem empacados perante a incerteza sobre a melhor forma de escrever. Escritores experientes e renomados muitas vezes se veem neste impasse. Vamos analisar as opções.

    Primeira pessoa: Eu | Nós

    • É quando o narrador participa ativamente dos fatos narrados, mas isso não quer dizer que ele seja o protagonista da narração. Uma história escrita em primeira pessoa pode ser muito eficiente se seu objetivo do autor é conectar intimamente o leitor com o personagem. É muito utilizada em contos que descrevem a vida inteira de um personagem, como biografias, ou então passagem extremamente dramáticas da vida do mesmo, como diários de guerras. Ela faz com que o leitor sofra e se emocione junto com o personagem durante a sua trajetória, pois o insere dentro de seus pensamentos. O leitor tem a impressão de que está sentado diante do autor e que ele está literalmente contando a história.

    Terceira Pessoa: Ele | Eles | Ela | Elas

    • É quando o narrador trabalha unicamente como um observador da história. Como alguém que presenciou os fatos, mas que não se apresenta e não faz diferença que você saiba quem ele é. Esta é a opção mais utilizada na literatura, de uma forma geral, pois possibilita ao escritor um controle maior sobre o texto. Funciona muito bem em qualquer tipo de narração e oferece uma visão mais completa de tudo o que está acontecendo. Se alguma cena com muita importância para o desfecho da história se passar muito longe dos principais personagens, o surgimento do vilão, por exemplo, o autor teria problemas ao narrar isso em primeira pessoa. Já na terceira pessoa, seria como escrever qualquer outra cena.

    Apresentadas as opções, resta dizer que não existe uma opção melhor do que a outra. Cabe a você analisar atentamente a sua história e escolher qual a melhor forma de apresenta-la ao mundo. Tome como guia o fato de que a narração em primeira pessoa pode ser útil em histórias que se focam nos sentimentos do personagem. Em contos de mistério e terror, deixa o leitor tão intrigado quanto o protagonista, já que ambos não sabem o que vai acontecer a seguir. A narração em terceira pessoa pode ser melhor aproveitada em histórias maiores e mais complexas, que envolvam um número maior de núcleos de personagens.


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    Se sentir fome, coma!

    A partir de hoje, postarei com certa frequência alguns artigos escritos por mim para o site da minha editora, a Maori Books. Neles, você encontrará preciosas dicas para os novos autores, que desejam escrever e publicar seus livros. Confira o primeiro deles abaixo.

    O que você faz quando está com fome? Geralmente, caminha até a geladeira, o armário ou então até o supermercado e, depois de escolher cuidadosamente o que mais te satisfaz, você degusta prazerosamente a comida.

    A partir de hoje, encare o processo da escrita da mesma forma. Selecione um lugar confortável, que agora será sua nova workstation. Apanhe sua brochura e uma boa caneta, de preferência, uma esferográfica para não manchar o papel. Respire fundo e escreva. Simples assim.

    Há alguns anos atrás, baseado nas ideias geniais do cineasta Norm Stahl, surgiu o Método Foolscap, que consistia em esboçar os roteiros iniciais de novos programas e documentários inteiros numa única folha de bloco de notas foolscap. Apesar de simplória, esta técnica é genial.

    A Fórmula Escrevendo sem Enrolação funciona quase do mesmo jeito, mas é focada na escrita de livros, sejam eles romances, não-ficções, científicos ou o que quer que se deseje escrever. E você, ao fim da leitura deste livro, será capaz de tirar da gaveta qualquer projeto abandonado por “falta de inspiração”, “falta de tempo” ou qualquer outra desculpa que esteja acostumado a dar a si próprio.

    Apesar de seu um processo simples e intuitivo, escrever sem enrolação é algo que quase nenhum escritor estreante é capaz de fazer. No início, devido a empolgação, a paixão por sua obra ou simplesmente motivado pela necessidade de mostrar ao mundo seu domínio sobre a escrita, o novato tende a florear demais o texto. Cenas que podiam ser resolvidas em duas ou três páginas e diálogos que poderiam consistir em apenas cinco ou seis palavras são transformados em verdadeiros tratados científicos e teses de mestrado. O leitor se cansa facilmente e a experiência de leitura, que deveria ser empolgante e divertida, torna-se dolorosa e pedante.

    Vou dar um exemplo prático, que me aconteceu fora dos livros.

    Quando utilizei pela primeira vez um iMac, computador pessoal da Apple, me vi inicialmente perdido. O menu de ícones na parte inferior, as janelas com controles do lado esquerdo, os nomes dos diretórios… Tudo era muito diferente do que eu estava acostumado e, por um segundo, pensei que tinha tomado uma decisão ruim ao trocar de plataforma.

    Mas, vendo a minha frustração, um grande amigo designer, utilizador dos devices da Apple a muitos anos, simplesmente me disse:

    — Pense na forma mais fácil de fazer o que você precisa e tente. Em 99% das vezes, este será o modo correto de solucionar o problema.

    Aceitei o desafio e pus-me a desbravar o sistema. E sabe o que foi mais impressionante nisso? Ele estava correto. Quer pré-visualizar um documento? Clique com a tecla de espaço sobre ele para que o mesmo se torne claramente visível na sua tela. Quer apagar um documento? Arraste-o até o ícone da lixeira e solte-o, como na vida real.

    Eu estava tão acostumado com a “burocracia” do sistema Windows e seus DLLs (espero que você nunca tenha precisado garimpar DLLs para resolver algum problema com seu PC) que não consegui enxergar a simplicidade e a leveza do OSX. Mas quando tudo ficou claro, a experiência tornou-se mágica.

    Acho que isso explica bem o que eu estou tentado mostrar. Seja claro e objetivo com quando for escrever. Na verdade, seja claro e objetivo quando for fazer qualquer coisa. O tempo dos floreios e dos arabescos ficou para trás.

    PS: Hoje em dia, o Windows 8 está quase tão bom quanto o OSX e eu também voltei a usar computadores com Windows.