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    O que é Neuromarketing: a VERDADE que ninguém te NUNCA te contou sobre o seu cérebro

    O neuromarketing é uma área relativamente nova que vem ganhando cada vez mais importância no mundo dos negócios, em especial no marketing e na publicidade. Isso porque trata-se de uma abordagem que afirma que é possível compreender melhor as emoções, desejos e necessidades dos consumidores por meio de estudos e análises do comportamento cerebral. Dessa forma, é possível criar campanhas publicitárias mais eficazes para aprimorar suas estratégias de venda.

    Parece complicado, mas é bem simples, na verdade.

    O neuromarketing baseia-se na ideia de que muitas das nossas decisões de compra são tomadas de forma inconsciente, sem que tenhamos consciência de que estamos sendo influenciados por determinadas estratégias de marketing. Sabe quando você compra um produto só porque viu um artista que você gosta usando ou anunciando aquele produto?

    Muitas das nossas decisões de compra são motivadas por um impulso emocional ou por uma associação com uma marca ou imagem específica, sem que tenhamos nos dado conta disso.

    E como sempre deve ser feito quando falamos de ciência, há vários estudos que comprovam a eficácia destas técnicas. Alguns deles se utilizaram de técnicas de neuroimagem, como a ressonância magnética funcional (fMRI), para medir a atividade cerebral em resposta a estímulos de marketing, como anúncios e embalagens de produtos. Com esses dados, foi possível identificar quais elementos são mais eficazes em chamar a atenção e gerar engajamento, como cores, imagens e palavras-chave.

    Mas talvez você esteja pensando que isso é uma coisa de filme de ficção científica, que pode ser utilizada para controlar a mente das pessoas… mas não! O neuromarketing é bem poderoso, mas não é tanto assim. Ele pode criar desejos e reforçar emoções, mas não vai transformar ninguém em um zumbi capitalista.

    Ainda assim, é importante destacar que o neuromarketing não deve ser utilizado de forma manipulativa ou antiética. O objetivo não é enganar os consumidores, mas sim criar campanhas mais eficazes e que atendam melhor às suas necessidades e desejos. Também é preciso ter cuidado para respeitar a privacidade do público e garantir que as técnicas de neuromarketing sejam utilizadas de forma ética e transparente.

    Mas como o neuromarketing funciona?

    O primeiro passo é entender que o neuromarketing é uma combinação de técnicas de neurociência, psicologia e marketing. Ele utiliza ferramentas como a ressonância magnética funcional (fMRI), a eletroencefalografia (EEG), a monitorização da condutância da pele (SCR) e o eye-tracking para medir as reações cerebrais dos consumidores em relação a diferentes estímulos de marketing, como anúncios publicitários, embalagens de produtos e experiências de compra.

    Então, de forma bem resumida:

    O neuromarketing funciona por meio da análise do comportamento cerebral dos consumidores em resposta a estímulos de marketing, como anúncios, embalagens de produtos e experiências de compra.

    Por meio dessas técnicas, é possível medir a atividade cerebral em tempo real e identificar as áreas do cérebro que são ativadas em resposta a diferentes tipos de estímulos de marketing. Essas áreas do cérebro estão associadas a emoções, memória, atenção e outros processos cognitivos que influenciam as decisões de compra dos consumidores.

    Por exemplo, se uma pessoa for exposta a um determinado anuncio e isso ativar a amígdala, uma área do cérebro responsável pelo processamento emocional, isso pode indicar que esse anúncio é capaz de gerar uma resposta emocional positiva nessa pessoa. Ao mesmo tempo, se o campo ativado for o córtex pré-frontal, uma área do cérebro associada à tomada de decisões e ao autocontrole, isso pode indicar que um produto é capaz de gerar uma resposta racional nos consumidores.

    Note que eu sempre uso o “pode”, uma vez que essa não é uma ciência exata. Pessoas são diferentes e podem ter reações diferentes, ainda que tenham sido expostas aos mesmo estímulos. Há vários fatores que podem alterar o resultado. Mas, independente desses questionamentos, o fato é que, com base nessas informações, as empresas podem ajustar suas estratégias de marketing para criar campanhas publicitárias mais eficazes e aumentar as vendas.

    Por exemplo, é possível identificar quais cores, imagens e palavras-chave são mais eficazes em chamar a atenção dos consumidores e gerar engajamento.

    A Teoria do Cérebro Trino

    Agora nós vamos entrar na parte mais polêmica do neuromarketing. A maior parte dos conteúdos que você encontra na internet perdem muito tempo falando sobre o cérebro trino (ou teoria dos três cérebros) como se ela fosse totalmente aceita pela ciência. Mas a grande verdade é que NÃO EXISTE nenhuma comprovação.

    Bem… deixa eu explicar primeiro o que essa teoria defende. Depois eu continuo minha crítica.

    A Teoria do Cérebro Trino foi proposta pelo neurocientista Paul MacLean ainda na década de 1960 e sugere que o cérebro humano é composto por três sistemas neurológicos independentes e interconectados, cada um responsável por diferentes funções cognitivas e comportamentais.

    Ou seja, é como se o nosso cérebro fosse divido em três partes: o cérebro reptiliano, o cérebro límbico e o neocórtex. Cada um desses cérebros é responsável por funções específicas e foi formado em uma época diferente da história evolutiva do ser humano.

    O cérebro reptiliano é a parte mais antiga do cérebro humano e corresponde ao tronco cerebral e ao cerebelo. Ele é responsável por funções básicas como a regulação da respiração, da frequência cardíaca e da temperatura corporal. Além disso, o cérebro reptiliano é responsável por comportamentos instintivos, como a luta ou a fuga em situações de perigo.

    O cérebro límbico é responsável por funções emocionais e motivacionais, como o medo, a raiva e a atração sexual. Ele inclui estruturas como o hipotálamo, a amígdala e o hipocampo. O cérebro límbico é responsável por processar informações emocionais e motivacionais e influenciar comportamentos como a tomada de decisões e a aprendizagem.

    Por fim, o neocórtex é a parte mais recente do cérebro humano e corresponde à camada mais externa do córtex cerebral. Ele é responsável por funções cognitivas superiores, como a linguagem, a tomada de decisões complexas e a percepção sensorial. O neocórtex é a parte do cérebro que mais difere entre os seres humanos e é responsável por muitas das características distintivas da nossa espécie.

    Segundo a teoria do cérebro trino, esses três cérebros estão interconectados e trabalham juntos para produzir nossos comportamentos e nossas experiências.

     

    Agora vamos lá…

    Ainda que seja amplamente aceita na neurociência, a teoria do cérebro trino também tem sido alvo de muitas controvérsias e críticas ao longo dos anos. Muitos neurocientistas concordam que o cérebro humano é composto por diferentes sistemas funcionais, mas há muitas discordâncias quanto à forma como esses sistemas estão interconectados e como eles evoluíram ao longo do tempo.

    A primeira dúvida vem pelo fato dessa teoria ser excessivamente simplista, apesar de toda a complexidade do cérebro humano. Alguns neurocientistas argumentam que o cérebro não pode ser dividido em sistemas distintos e que a interação entre as diferentes áreas do cérebro é muito mais complexa do que a teoria do cérebro trino sugere.

    Ao mesmo tempo, essa teoria é absurdamente determinista e reducionista, uma vez que sugere que nossos comportamentos são determinados por nossos sistemas cerebrais mais primitivos e que não temos controle consciente sobre nossas ações. O cérebro é um órgão complexo e os diferentes sistemas cerebrais interagem de maneiras complexas para produzir nossos comportamentos e experiências.

    O artigo científico “The Triune Brain Theory: Development, Criticisms, and Relevance in Modern Neuroscience“, de autoria de Dylan R. Baldeón-García e publicado na revista científica Frontiers in Psychology em 2021, apresenta evidências recentes que desafiam a teoria do cérebro trino.

    Ele argumenta que a teoria é uma simplificação excessiva da complexidade do cérebro humano e que as interações entre os diferentes sistemas cerebrais são muito mais complexas do que a teoria sugere. Além disso, ele aponta que as pesquisas mais recentes têm mostrado que muitas das funções atribuídas ao cérebro reptiliano e límbico também estão presentes em áreas do neocórtex.

    Segundo o autor:

    Embora a teoria do cérebro trino tenha sido uma importante contribuição para a neurociência, ela não é mais suficiente para explicar a complexidade do cérebro humano. Estudos recentes de neuroimagem, neurofisiologia e neuroanatomia têm demonstrado que as interações entre os diferentes sistemas cerebrais são muito mais complexas do que a teoria do cérebro trino sugere. Muitas das funções atribuídas ao cérebro reptiliano e límbico também são encontradas em áreas do neocórtex, sugerindo que a divisão em três sistemas distintos é uma simplificação excessiva da realidade neurobiológica.

    E esse é só um dos estudos contra essa teoria. Há outras centenas.

    O fato é que os sistemas funcionais do cérebro realmente existem, mas eles não são como os marketeiros (que não entendem nada de neurociência) querem te convencer. Insistir nestes argumentos e resumir todo o neuromarketing a esse conceito é um desperdício de tempo.

    Mas… ok! Se o Cérebro Trino não funciona, como usar o neuromarketing de uma forma efetiva?

    Isso eu só vou te explicar no próximo artigo. 🤘


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    As cinco maiores vantagens do Perfeccionismo e como ele pode IMPULSIONAR a sua vida

    O perfeccionismo é frequentemente visto como um traço negativo de personalidade, que pode levar a altos níveis de estresse, ansiedade e depressão. E é claro que eu não vou negar que tudo isso é verdade, em alguma escala. No entanto, há também muitas vantagens do perfeccionismo que são frequentemente ignoradas.

    É por isso que, neste post, vamos explorar algumas dessas vantagens do perfeccionismo, mostrando como elas podem ser usadas para melhorar a vida pessoal e profissional.

    Alta qualidade de trabalho

    Uma das maiores vantagens do perfeccionismo é que ele pode impulsionar a qualidade do trabalho realizado. Quando uma pessoa é perfeccionista, ela tende a estabelecer padrões extremamente elevados para si mesma e para o trabalho que realiza, o que significa que ela se esforça ao máximo para atingir esses padrões.

    As pessoas perfeccionistas geralmente se dedicam muito ao seu trabalho, comprometendo-se em atender aos padrões estabelecidos, procurando incessantemente a perfeição e fazendo melhorias contínuas. Esse comportamento pode resultar em um trabalho de alta qualidade e aperfeiçoamento, ainda que isso não seja sempre verdadeiro.

    Mas o fato é que a pessoa perfeccionista tende a ser muito meticulosa, cuidadosa e detalhista em suas tarefas. Esse alto nível de precisão pode ser especialmente vantajoso em áreas que requerem alta qualidade, como medicina, arquitetura e engenharia, por exemplo. E também a escrita, é claro! Ao mesmo tempo, a pessoa perfeccionista está sempre buscando por feedback e críticas construtivas, a fim de identificar pontos de melhoria e continuar melhorando seu trabalho. A busca constante pela perfeição pode levar a um ciclo contínuo de aprimoramento, resultando em um trabalho cada vez mais refinado e de alta qualidade.

    Dedicação e comprometimento

    O perfeccionismo também pode levar a uma maior dedicação e comprometimento. Quando uma pessoa é perfeccionista, ela tende a se concentrar muito no trabalho que está fazendo e em como pode melhorá-lo. Isso pode levar a um maior comprometimento e dedicação, o que pode ser uma vantagem em muitas áreas da vida, incluindo a carreira.

    A dedicação e comprometimento de um perfeccionista também podem se traduzir em uma forte ética de trabalho. Essa pessoa estará disposta a dedicar horas extras para garantir que um projeto esteja perfeito, se comprometerá a cumprir prazos apertados e estará sempre buscando maneiras de melhorar a si mesma e sua performance profissional. Essa ética de trabalho forte e comprometida é um dos caminhos para o sucesso na carreira e o reconhecimento.

    Mas este ponto tem um problema, uma vez que o perfeccionismo também pode levar a um excesso de trabalho e a um desequilíbrio entre vida pessoal e profissional. A pessoa perfeccionista pode se sentir constantemente pressionada a alcançar padrões elevados e pode se envolver em um ciclo vicioso de trabalho sem fim. É importante que o perfeccionismo seja equilibrado com uma abordagem saudável do trabalho, incluindo tempo suficiente para o lazer e descanso, a fim de evitar o esgotamento e o burnout.

    Melhoria contínua

    O perfeccionismo pode ser um forte impulsionador para a melhoria constante, uma vez que as pessoas perfeccionistas constantemente buscam a evolução em tudo o que fazem. Essa busca por melhorias costuma levar a uma abordagem de aprendizado contínuo e a sede por novos conhecimentos e habilidades para aprimorar seu trabalho. E esse processo pode ser particularmente valioso em campos como a tecnologia, onde a atualização constante é essencial para se manter competitivo.

    A busca pela melhoria constante também leva a um senso de satisfação pessoal. Quando uma pessoa perfeccionista está empenhada em melhorar a si mesma e ao seu trabalho, ela tende a se sentir realizada quando vê os resultados de seu trabalho. Isso aumenta a autoconfiança e autoestima, além de motivá-la a continuar buscando a excelência.

    Excelência

    O perfeccionismo pode ser uma poderosa motivação para alcançar a excelência. A pessoa perfeccionista tende a ter uma visão clara do que é a perfeição em sua mente e trabalha incansavelmente para alcançar esse ideal. Esse tipo de mentalidade pode impulsioná-la a superar obstáculos e a perseverar mesmo diante de desafios difíceis. Quando finalmente atinge seu objetivo, a sensação de realização pode ser muito gratificante, o que pode incentivar a pessoa a buscar novos desafios e alcançar níveis ainda mais altos de excelência.

    O perfeccionismo também pode contribuir para a autoconfiança e autoestima. Quando uma pessoa é capaz de alcançar seus objetivos e realizar coisas que outros consideram impossíveis, isso pode fazê-la se sentir pronta para novos caminhos, superando a terrível Síndrome do Impostor. Essa sensação de autoconfiança pode ser especialmente valiosa em situações de pressão, onde a pessoa precisa se destacar e ter a certeza de que pode realizar um trabalho excepcional.

    É importante encontrar um equilíbrio saudável entre buscar a excelência e permitir-se cometer erros e aprender com eles. Ao estabelecer metas realistas e equilibrar a busca pela excelência com a autocompaixão e a gentileza consigo mesmo, é possível colher os benefícios do perfeccionismo sem comprometer a saúde mental e emocional.

    Autodesenvolvimento

    O perfeccionismo pode ser uma força motriz para o autodesenvolvimento. Quando uma pessoa é perfeccionista, ela tende a examinar cuidadosamente suas próprias habilidades, competências e pontos fracos, buscando sempre formas de melhorar e crescer. Essa autoanálise constante pode levar a um maior autoconhecimento e a uma compreensão mais profunda de si mesma. Ao compreender seus próprios limites e desafios, a pessoa pode desenvolver estratégias eficazes para superá-los e atingir suas metas.

    O autodesenvolvimento também pode ajudar a pessoa a lidar melhor com a adversidade. Quando se está em busca da perfeição, é inevitável enfrentar desafios e obstáculos ao longo do caminho. No entanto, a pessoa perfeccionista pode ser capaz de lidar melhor com esses desafios ao ter uma compreensão mais profunda de suas próprias forças e fraquezas. Ela pode ser mais capaz de superar as dificuldades, aproveitando sua capacidade de auto-reflexão e aperfeiçoamento.

    No entanto, não posso deixar de falar que é importante buscar um equilíbrio saudável entre a busca pelo autodesenvolvimento e o cuidado com a saúde mental e emocional, permitindo-se tempo e espaço para relaxar e se divertir também.

    Conclusão

    Embora o perfeccionismo possa ter algumas desvantagens, há também muitas vantagens que são frequentemente ignoradas. Quando utilizado de forma construtiva, o perfeccionismo pode levar a um trabalho de alta qualidade, dedicação e comprometimento, melhoria contínua, excelência e autodesenvolvimento. Por isso, é importante reconhecer as vantagens do perfeccionismo e usá-las para melhorar a vida pessoal e profissional.

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    As melhores ESTRATÉGIAS para criar um enredo envolvente e coerente em seu livro de Fantasia

    Em 2023, vou lançar um gigantesco projeto de fantasia no qual venho trabalhando há mais de 20 anos. Sabendo disso, você deve pensar que escrever um livro de fantasia com um roteiro coerente e, ao mesmo tempo, envolvente, deve ser uma tarefa muito difícil. E sim, você está certo. Não existem atalhos. Para escrever um bom livro, você precisa trabalhar muito, ler muito, pesquisar muito e, é claro, ESCREVER muito.  Não tem como cortar o caminho.

    Mas é claro que eu não escrevi esse post só para te dizer o óbvio.

    Por mais difícil e desafiador que seja criar um enredo envolvente e coerente para um livro de fantasia, essa também é uma experiência muito gratificante. A fantasia oferece um vasto mundo de possibilidades aos escritores, ao mesmo tempo em que exige que a história seja construída de forma convincente e realista, para que os leitores possam se conectar com os personagens e se envolver na trama.

    Pensando nisso, decidi te apresentar algumas estratégias infalíveis que vão te ajudar a parar de procrastinar e desenvolver suas histórias, bem como apresentá-las ao mundo. Pense que elas são únicas e que, se você não as publicar, ninguém mais vai. Só depende de você.

    Comece com uma ideia forte

    Antes de começar a escrever, é importante ter uma ideia clara do que você quer contar em sua história. Essa ideia pode ser uma pergunta, um tema ou até mesmo uma cena específica, mas precisa ser algo que você esteja realmente animado para contar. Em outros artigos, já te falei que ideias não valem absolutamente nada. Continuo acreditando nisso, mas também não posso deixar de falar que uma boa ideia é a base para qualquer bom livro. O problema acontece quando você se apaixona pela sua ideia e esquece de que, sozinha, ela não faz milagres.

    Ter uma boa ideia para um livro de fantasia pode ser um desafio, mas existem algumas técnicas que podem ajudar a estimular a criatividade. Em primeiro lugar, é importante ler e pesquisar sobre o gênero, tanto os clássicos como as obras mais recentes, para conhecer os clichês, as convenções e os temas mais comuns. Ao mesmo tempo, a simples observação do mundo ao redor também pode ser uma fonte de inspiração, desde o cenário e a história da região onde você vive até as notícias e eventos atuais.

    Outra técnica útil é fazer perguntas e explorar possibilidades. Pergunte a si mesmo o que torna a fantasia um gênero fascinante para você e como você poderia explorar esse aspecto de forma original. Considere também as possibilidades do seu mundo fantástico: quais são as suas regras e limitações, e como isso pode afetar os personagens e a trama? Experimente criar cenários e situações e explore diferentes desdobramentos.

    Por fim, não tenha medo de buscar ajuda. Discuta sua ideia com amigos e familiares, ou participe de comunidades de escritores ou leitores de fantasia. Às vezes, o feedback de outras pessoas pode ajudar a aprimorar e expandir sua ideia, ou a encontrar uma nova abordagem que você não havia considerado antes. Com um pouco de trabalho e criatividade, é possível encontrar uma boa ideia para um livro de fantasia que irá cativar e encantar os leitores.

    Crie um mundo coerente e crível

    Quando sua ideia já estiver minimamente desenvolvida, o próximo passo a se seguir é começar a desenvolver o mundo ou o universo onde a sua história se passa. É importante que ele seja crível e coerente, por mais louca que a sua história seja. Não importa qual for a sua escolha de ambientação – um reino mágico, uma galáxia distante ou um universo paralelo – é importante que haja regras e limites claros e consistentes que governem o lugar.

    Pense na história e na cultura do mundo que você está criando, na geografia, na economia, nas relações políticas e sociais, na religião e na mitologia. Desenvolva a história do mundo de forma consistente para que tudo se encaixe perfeitamente.

    Aqui é importante tomar cuidado. Muitos autores (e eu me incluo aqui) passam anos desenvolvendo seus mundos e se esquecem de escrever o livro em si. Isso é um problema sério, que geralmente é causado pelo perfeccionismo extremo ou por uma síndrome de impostor. Não se deixe levar por isso. Crie seu mundo, mas também faça a história avançar.

    Desenvolva personagens cativantes

    Histórias são sempre sobre personagens. Nunca se esqueça disso. Então, por melhor que seja a sua ideia e o seu universo, se as pessoas que vivem nele não forem interessantes, os leitores não vão se conectar. Dê uma atenção especial aos seus protagonistas, é claro, mas também não se esqueça de criar boas motivações para todos os personagens relevantes, sejam eles heróis ou vilões.

    Os personagens devem ter objetivos, motivações e personalidades claras e distintas. Eles devem enfrentar conflitos internos e externos e crescer e mudar ao longo da história. Dê a seus personagens um passado e uma história, e certifique-se de que suas ações sejam coerentes com suas personalidades e histórias. E, com base em seus personagens, desenvolva um trama convincente. O personagem é a base da história e não o oposto.

    A trama é a espinha dorsal do enredo de qualquer história, e em um livro de fantasia, ela deve ser convincente e envolvente o suficiente para manter o leitor interessado, mesmo que coisas malucas estejam acontecendo. Certifique-se de que sua história tenha um objetivo claro e um conflito central que move a trama adiante. Planeje momentos chave e cenas de ação que irão manter o leitor preso, e tente criar reviravoltas surpreendentes ao longo do caminho. Certifique-se de que cada capítulo e cena avance a trama, e evite cenas que não contribuam para o desenvolvimento da história.

    Mas nunca se esqueça que cada detalhe da trama deve estar intimamente ligado às escolhas dos personagens, sejam eles heróis ou vilões. Suas decisões precisam ter peso e gerar consequências sérias. O leitor precisa temer pela vida do protagonista.

    Use a magia de forma consistente

    Costumeiramente, histórias de fantasia possuem elementos de magia. Eu estou preparando um artigo inteiro falando apenas de magia, mas é importante adiantar que a magia deve ser usada de forma consistente e coerente. Estabeleça as regras da magia em seu mundo e as siga ao longo da história. Se for quebrar alguma delas, justifique muito bem. Não introduza novas habilidades ou magia no último minuto que possam resolver todos os conflitos e problemas em um passe de mágica.

    Conecte o leitor emocionalmente

    Você só vai impactar a sua audiência se conseguir fazer com que o seu leitor se conecte emocionalmente com os personagens e, consequentemente, com a trama. Certifique-se de que seus personagens enfrentem problemas que os leitores possam se identificar, mesmo que de forma lúdica. Use a linguagem e a descrição para fazer com que o mundo que você criou pareça real e vívido.

    Tenha em mente que você pode usar a fantasia para tratar de temas reais e complexos. A relação entre elfos e orcs pode ser uma boa alegoria entra as divisões sociais e raciais do nosso mundo, como Warcraft vem fazendo há anos. Isso gera empatia e conexão.

    Mostre a jornada emocional dos personagens e os desafios que eles enfrentam, mas também deixe espaço para momentos de alívio cômico ou de ternura. Dessa forma, o leitor sentirá que está acompanhando uma história verdadeira e terá maior investimento emocional na trama.

    Revise e edite com cuidado

    E aqui nós chegamos na etapa mais menosprezada pelos novatos. Alguns escritores se esquecem que uma história incrível pode ser destruída por erros de planejamento, furos de roteiro e excessivos erros de português. Mesmo que você tenha escrito a melhor história do mundo, ela vai ser prejudicada por muitos erros de ortografia, gramática ou sintaxe, o que pode distrair o leitor e tirá-lo do mundo fantástico que você criou. Além disso, a revisão e edição ajudam a melhorar a clareza e coesão da história, e garantem que os personagens e trama estejam bem desenvolvidos.

    A revisão e edição também permitem que você verifique a consistência do mundo que criou. Em um livro de fantasia, é importante que as regras e limitações do mundo sejam bem estabelecidas e seguidas de forma consistente ao longo da história. Qualquer inconsistência ou incoerência pode quebrar a suspensão da descrença do leitor e enfraquecer a história.

    Outra vantagem da revisão e edição é a oportunidade de aprimorar os personagens. Com uma revisão cuidadosa, você pode garantir que seus personagens sejam consistentes e bem desenvolvidos, com motivações e personalidades distintas e críveis. Você pode identificar áreas onde os personagens precisam ser mais bem definidos ou onde a ação precisa ser mais coerente com as suas personalidades.

    Por fim, a revisão e edição são importantes para garantir a qualidade geral do seu livro. Se você deseja publicar sua obra, é importante que ela seja de alta qualidade, tanto em termos de conteúdo quanto de apresentação. Uma revisão cuidadosa pode ajudar a garantir que o seu livro seja atraente e cativante para os leitores, e que eles retornem para ler outras obras suas no futuro.

    Finalizando

    Em resumo, criar um enredo envolvente e coerente para um livro de fantasia é desafiador, mas não é uma tarefa impossível A partir de hoje, sempre lembre-se de criar um mundo crível e coerente, desenvolver personagens cativantes, construir uma trama convincente, usar a magia de forma consistente, conectar o leitor emocionalmente e revisar e editar com cuidado. Seguindo essas estratégias, você poderá criar uma história de fantasia emocionante e envolvente que manterá os leitores grudados até a última página.

    Ah, quer saber mais sobre o meu projeto de fantasia? Fala aí nos comentários.

    Cinco formas incríveis de visualizar sua história antes de começar a escrever

    Quem é vivo sempre aparece, né gente? Eu sei que ando meio sumido aqui do site, mas 2023 chegou e uma das minhas metas e publicar ao menos um artigo por semana, a partir de agora. E pode apostar que eu vou cumprir esse objetivo.

    E foi pensando nisso que eu escolhi o tema do nosso primeiro post do ano. Saber exatamente para onde você vai com a sua história é a melhor forma de garantir que você vai conseguir terminar e, ao mesmo tempo, conseguir produzir algo realmente bom. Não adianta apenas escrever. Você precisa escrever algo que faça sentido e, se possível, que marque a vida das pessoas.

    Se você não sabe para onde sua história está se dirigindo, é provável que ela se torne confusa e sem sentido, e seus leitores perderão o interesse. Pensando nisso, eu decidi trazer para você uma lista com cinco formas incríveis de pensar a história antes de começar a escrever.

    Defina seus personagens

    Eu sempre digo que o conflito é o elemento chave de uma boa história. Mas um fato simples precisa ser analisado. Sem personagens, nós não temos conflito e, sem conflito, nós não temos nada. É por isso que, bem antes de começar a escrever, é importante ter uma compreensão clara de quem são seus personagens e de como eles se relacionam uns com os outros.

    Quais são suas características físicas e psicológicas dos seus personagens? O que os motiva a seguir em frente na sua história? Como eles se relacionam uns com os outros? Quais são os principais objetivos e o que eles tem a ganhar se conquistarem ou a perder, se fracassarem? Quais são os problemas dos seus personagens? Quais defeitos eles têm?

    Desenvolva o enredo

    Depois de definir um pequeno esboço do que serão seus personagens, você precisa planejar o que será a sua história. Como as coisas vão acontecer? Qual gênero você está escrevendo e que linha pretende seguir? É uma história adulta o infantil? Você vai descrever cenas explícitas, seja de morte ou de sexo, ou cenas que poderão causar desconforto? O que você pretende com isso.

    Desenvolver a base do enredo da sua história é a melhor forma de entender quais mensagens você pode transmitir com ela. E isso não tem a ver com “moral da história” ou algo parecido. Tem a ver com os sentimentos que você pretende despertar no seu leitor.

    Basicamente, o enredo é a história que você está contando. Ele deve ser coerente e envolvente. Deve haver um conflito e um objetivo claro para seus personagens, e as ações deles devem levar a uma conclusão satisfatória. Não pense que o seu leitor é idiota. Ele não é.

    Crie um esboço

    Essa é uma dica de ouro que teria me poupado horas de fracassos, se eu tivesse recebido há alguns anos. Encare a primeira versão do seu texto como um rascunho impreciso, e não como uma obra prima recém produzida. Eu não era um gênio quando comecei (é obvio que ainda não sou) e você (provavelmente) também não é.

    O primeiro rascunho é sempre ruim, mas ele é fundamental para o desenvolvimento da trama. Sem passar por um texto ruim, você dificilmente terá parâmetros para entender quando o seu texto estiver bom de verdade. É um aprendizado valioso que só vem com o tempo.

    E tenha em mente que o esboço é apenas a estrutura básica da história. Ele não precisa ser tão detalhado, mas pode ser, se você quiser. Algumas pessoas usam listas de eventos, enquanto outras preferem escrever o capítulo inteiro, quase na versão final. A única coisa que você precisa entender é que esse esboço será o seu guia durante o processo de escrita da sua história.

    Revisão e Edição

    E agora, finalmente, temos a revisão e a edição. Este também é um processo negligenciado por muitos autores, que pensam que o trabalho de um escritor se resume a escrever o livro. Nunca foi assim e, hoje em dia, essa verdade é absoluta. Você precisa assumir muitas funções se quiser ganhar algum dinheiro com livros ou com as suas histórias, independente da mídia escolhida.

    Basicamente, revisão é a verificação dos pontos específicos da história, para garantir que ela está coerente, que faz sentido e que não possuiu muitos furos de roteiro. Mas tenha em mente que é praticamente impossível fugir de todos os erros. Somos humanos imperfeitos e os erros fazem parte do processo que nos torna quem somos.

    A edição, por sua vez, é o processo de correção de erros gramaticais e ortográficos. Geralmente, neste momento, já não nos preocupamos muito com a história, apenas com a forma como ela foi apresentada. Então saiba que, mesmo que você pretende contratar um profissional de edição e revisão, você ainda precisará realizar esses dois processos na sua história. Isso é o básico.

    Finalizando…

    Lembre-se que escrever um livro é uma jornada complexa e conturbada, mas, ao mesmo tempo, muito apaixonante e inspiradora. E ter uma ideia clara de onde sua história está se dirigindo é uma etapa fundamental nesse processo. Seguindo essas dicas, você pode garantir que sua história será coerente, envolvente e satisfatória para seus leitores.

    Essas são apenas algumas ideias baseadas na minha experiência profissional. Se você quiser contribuir com outros pontos, sinta-se livre para publicar na seção de comentários. E não se esqueça de dizer o que você achou deste artigo e quais outros conteúdos gostaria de ver por aqui. Vou adorar conversar.

    Nos vemos em breve!

    Avisos de gatilho podem estragar sua experiência com o entretenimento?

    Esse é um daqueles posts cujo conteúdo tem alto risco de ser mal interpretado, seja intencionalmente ou não. Ainda assim, decidi publicar, porque é um assunto importante e merece um debate sério, que ainda não encontrei. Até porque, recentemente, tenho visto cada vez mais livros e séries com mensagens e avisos de gatilhos. Nunca vi isso no cinema, mas pode ser que se torne uma tendência no futuro.

    Basicamente, um aviso de gatilho (ou Trigger Warning) é uma mensagem apresentada antes de algum conteúdo que esclarece sobre quais temas sensíveis estão presentes na obra, desde violência extrema até coisas (ainda) mais sérias e específicas. O objetivo é tentar impedir que alguém que tenha vivido alguma situação parecida consuma aquele conteúdo e, sem querer, acabe revivendo alguma situação desconfortável. Esse termo era usado nos estudos de Transtorno de Estresse Pós Traumático, mas hoje é usado para vários outros tipos de transtornos e condições psicológicas.

    Mas agora vamos a pergunta que não quer calar: os avisos de gatilho são úteis. Mais do que isso: eles realmente funcionam?

    Minha resposta é: sim e não.

    É claro que essa é uma resposta inútil, de alguém que não é especialista em nada. Mesmo assim, vou tentar explicar meu ponto, antes que você comece a me xingar nos comentários.

    Particularmente, não gosto de avisos de gatilhos e nunca usei esse recurso em nenhum dos meus livros. Também não pretendo usá-los num futuro recente. Mas entendo o motivo de seu surgimento.

    O problema dos avisos de gatilhos nem está na sua utilização propriamente dita, mas no caminho que eles tomaram. Como tudo no mundo, nos últimos anos, estes avisos tornaram-se políticos. Se você defende uma bandeira, precisa aderir. Se defende outras, precisa abominar. E eu, otário que sou, ficou no meio, com uma opinião específica que pode mudar daqui algum tempo.

    Acho que eles podem ser úteis de verdade. Podem ajudar as pessoas a evitar experiências desagradáveis. Ao mesmo tempo, sinto que eles mantém os adultos numa infância eterna. Afinal, o mundo é uma merda e você precisa aprender a aceitar isso. As piores tragédias que você vai encarar (e você vai ter que encarar alguma tragédia, querendo o não) não terão avisos de gatilho. Elas simplesmente vão arrebentar a sua porta, bater na sua cara e te deixar no chão. Se você não estiver preparado, vai ser muito pior.

    Eu não queria que as coisas fossem assim, mas elas são. Seria ótimo se o mundo fosse perfeito, mas ele não é. Ele é terrível, cheio de gente mesquinha e doente, capaz de coisas que a ficção sequer sonha. Um livro ou um filme violento não vai te salvar disso, é claro, mas pode te ajudar a entender que não vivemos num conto de fadas, onde há avisos antes de cada buraco.

    É claro que ainda precisamos de estudos sérios sobre o tema. Alguns já estão sendo realizados em universidades prestigiadas, principalmente nos EUA, mas ainda é só o começo.

    Agora vou deixar uma provocação: os livros e os filmes da trilogia “O Senhor dos Anéis” têm cenas que mostram assassinatos, transtornos compulsivos, doenças e transtornos mentais, suicídio, violência doméstica e misoginia. Se contarmos outros livros e histórias do Tolkien, veremos coisas ainda piores. Pensando nisso, você acha que eles precisam de um avisos de gatilhos? Deixe sua opinião nos comentários.


    PS: esse é um artigo de opinião e não tem nenhuma pretenção de soar científico. Traz apenas questionamentos e pensamentos. E é claro que estou me referindo apenas a conteúdos de FICÇÃO! Outros conteúdos, como documentários, livros-reportagens e produtos semelhantes carecem de outro tipo de debate. Sabendo de tudo isso, se você não é capaz de manter uma discussão saudável e tentar ofender por ofender, nem se dê ao trabalho de comentar. Eu vou apagar suas ofensas. Isso não é uma democracia.

    Como encontrar a sua “voz própria” e desenvolver histórias verdadeiras

    Muitos autores gastam horas do seu trabalho lidando com coisas como a construção dos personagens, o desenvolvimento do enredo e o worldbuinding, que é o desenvolvimento do mundo onde a história se passa. Todos eles elementos são fundamentais para que você desenvolva uma história concisa e inspiradora, é claro, mas existe um outro item, muito subestimado, que pode significar a diferença entre um grande escritor e mais um clone.

    É claro que eu estou falando a “voz própria” do autor.

    A voz própria está ligada a muitos elementos e é o principal item quando falamos no estilo que cada autor desenvolve (ou deveria desenvolver). Ela é a junção de elementos como a retórica, o vocabulário, o tom, os pontos de vista, o tamanho dos parágrafos e muitos outros.

    É importante ressaltar que, dentro da literatura, podemos falar de voz em dois momentos: quando nos referimos ao estilo do autor e quando nos referimos aos personagens em si. Neste mesmo aspecto, um mesmo livro pode ter várias vozes, quando aborda vários pontos de vistas e vários aspectos dos personagens. A série Crônicas de Gelo e Fogo é um grande exemplo disso.

    Mas o que vamos abordar neste texto é a voz do escritor, aquilo que diferencia o terror de Stephen King do terror de H.P. Lovecraft. Aquilo que diferencia a fantasia de Tolkien da fantasia de George Martin. Aquilo que diferencia a prosa de Charles Bukowski da prosa de Ernest Hemingway. E pode apostar que isso vai muito além do que a própria história.

    #01 – Encontre o seu Motivo Primordial

    Eu gosto de um conceito que já abordei muito em meus artigos chamado Motivo Primordial (também chamado de Ideia Primordial). Por mais subjetivo que ele possa parecer, entender esse conceito te ajuda a entender quem você é o que você realmente espera conquistar com sua própria escrita.

    O motivo primordial é aquilo que grita no seu coração e que te faz querer ser um escritor. Mesmo naquelas situações em que tudo te desanima, em que o mundo grita que isso não é para você, o Motivo Primordial te faz parar e pensar: eu nasci para fazer isso e não vou desistir só porque as coisas ficaram difíceis.

    Uma boa forma de descobrir esse motivo é entender se existe algum tema ou uma opinião específica sobre o mundo com a qual você se apega e sobre a qual você adora debater. Existe alguma coisa que você já observou ou vivenciou, seja algo físico ou uma experiência psicológica, sobre a qual você quer escrever? Você quer debater temas profundos e fazer o leitor pensar ou você quer apenas divertir e entreter?

    As pessoas escrevem por muitos motivos e todos são válidos. Mas entender o seu próprio motivo e as suas próprias intenções também vai te ajudar desenvolver uma voz própria e forte, que também será a base para a formação do seu estilo.

    #02 –  Escolha a voz do seu narrador

    Essa é uma discussão antiga, longa e profunda. Alguns autores preferem usar a primeira pessoa para narrar suas histórias, enquanto outros preferem a terceira. Não existe um concesso sobre o que é melhor e nunca existirá. Afinal, é possível criar histórias incríveis, com mensagens sublimes e construções ímpares, usando os dois tipos de narrativas.

    Alguns livros também alteram esse tipo de narração. Agatha Christie faz isso muito bem em “Os Crimes do ABC”, por exemplo. Mas esse trabalho exige muito domínio das técnicas de narrativa e algo pouco valorizado e compreendido pelos escritores: domínio total sobre a própria história que se quer contar.

    Minha sugestão aqui é que você escolha um formato padrão para as suas histórias, que seja sempre o seu ponto de partida. É claro que esse formato pode variar de uma história para outra, mas é importante que você defina o seu “estilo padrão”, porque assim você sempre terá um norte para começar e esse não será mais um problema na sua narrativa.

    #03 –  Defina a sua linguagem base

    O escritor José Saramago foi um dos grandes autores do século XX. No entanto, ele acaba sendo mais lembrado pelo sei estilo de escrita bizarro do que pelas histórias que desenvolveu. Não sei qual o seu objetivo final, mas tenho certeza de que você não quer ser apenas a pessoa que escreve errado ou que nunca usa pontos finais.

    Assim como no exemplo anterior, a sua linguagem deve ser uma ferramenta a serviço da sua mensagem e pode ser adaptar para favorecê-la. Por isso, definir sua linguagem base é uma tarefa necessária, mas esquecida por grande parte dos autores.

    Vou usar um exemplo pessoal. Durante anos, eu nunca tive coragem de usar palavras como “pra”, no lugar de “para” e “tá” no lugar de “está”. Eu sentia que isso empobrecia o meu texto. Quando passei a estudar mais sobre comunicação e entrei no mundo da publicidade, entendi que essas palavras e muitas outras tidas como vulgares, na verdade, ajudam a estreitar a relação com os leitores. Isso também valia para palavrões. E nunca os usava, nem mesmo nos diálogos, por medo de soar rude. Mas é fato que há sentimentos que apenas o palavrão certo pode descrever. E, afinal de contas, nós somos brasileiros! Já nascemos com mestrado na arte de xingar.

    Então tente definir que linguagem será a sua, por padrão. Você vai usar o português perfeito, corretamente escrito? Você vai usar gírias ao longo do discurso? Você vai alterar a linguagem com base na história e no tipo de personagens? Você vai usar travessão ou aspas para escrever seus diálogos? Gaste algum tempo para pensar nisso tudo.

    #04 –  O equilíbrio entre descrição e diálogo

    Vamos começar a entrar na polêmica, porque existe uma guerra eterna entre aqueles escritores que fogem das descrições deixam toda a responsabilidade para os leitores, e aqueles que descrevem até os mínimos detalhes, chegando a cansar a audiência em alguns pontos. Há grandes exemplos dos dois lados e, como tudo na escrita, não existe um jeito certo, mas é importante escolher um lugar para começar.

    É possível tirar o melhor dos dois mundos. Você pode usar as descrições para dar um panorama sobre uma situação, acontecimento ou lugar, e usar os diálogos para se aprofundar nestas questões. O contrário também é válido. O que importa é fazer isso de uma forma que a história se torne fluida e marcante, sem deixar o público irritado. Esse é um dos pontos mais importantes para a formação de uma voz própria. Afinal, quantas pessoas não se lembram do Tolkien justamente pelas suas descrições precisas e constantes? E quantos pessoas não amam o Aaron Sorkin pelos seus diálogos incisivos e cirúrgicos?

    #05 – Escreva o tempo todo

    Por fim, a dica mais clichê e, ao mesmo tempo, a mais importante de todas. Você pode não perceber, mas desenvolver uma voz própria leva algum tempo e você não vai fazer isso logo na sua primeira história. Nem na segunda. Nem na terceira. E por aí vai. Dessa forma, quanto mais você escrever, quanto mais se arriscar, mais chances você terá de criar algo novo e incrível.

    Reescreva suas histórias pensando em tudo o que falamos hoje. Altere entre a primeira e a terceira pessoa. Mude os estilos, os gêneros e os formatos. Tente retirar todos os diálogos ou escrever usando apenas diálogos. Faça experimentos e testes e não se envergonhe do resultado. Ninguém precisa ler esses rascunhos além de você.

    Minha frase favorita sobre escrita é “escritores escrevem”. Repito isso o tempo todo porque muita gente se esquece deste conceito básico e perde horas e mais horas com assuntos bobos, quando poderia estar escrevendo. Escrever muito, acima de qualquer outra coisa, é o único meio comprovado de melhorar a sua escrita e desenvolver sua voz própria. Não subestime isso.

    Concluindo…

    Teste tecnologias diferentes. Escreva a mão, em blocos de notas ou em cadernos, escreva em computadores, no word ou em softwares específicos para escritores, como o WriteMonkey ou o Scrivener. Se você está tentando escrever um romance, mas se sente travado, experimente passar para um conto. Cresça naturalmente. Você também pode fazer um curso de escrita para se relacionar com outros autores e trocar experiencias.

    Muitas vezes, simplesmente deixar a mente vagar e escrever por escrever pode ser uma ferramenta poderosa. Isso permite que você descubra histórias e estilos até então desconhecidos em seu próprio subconsciente.

    E não desanime. Pode levar anos e algumas milhares de páginas até que você realmente desenvolva a sua verdadeira voz própria. Por isso, seja paciente com você. Não adianta por o carro na frente dos bois. Isso só vai fazer mal.

    Como criar uma grande narrativa: conheça os 7 elementos essenciais das histórias

    Muitas pessoas chegam até este site com um objetivo específico: descobrir a melhor forma de transformar uma ideia ou um conceito simples em uma história propriamente dita. Em algo que possa ser entendido e sentido pelas pessoas.

    Há vários outros artigos que publiquei com este objetivo, mas nenhum é tão completo quanto este. A partir de agora, você vai receber um passo a passo completo e muito simples, que vai te dar todos os direcionamentos para criar uma história transformadora.

    E tudo o que você precisa para isso é dominar os sete elementos essenciais de uma história: tema, personagem, cenário, trama, conflito, ponto de vista e estilo.

    1. Tema

    Descobrir qual o tema da sua história é o primeiro passo, se você realmente quer desenvolver uma narrativa clara e transformadora. É fundamental entender o que está te motivando a escrever esta história e que lição ou mensagem você está tentando transmitir. Toda história passa uma mensagem, queira você ou não. Vale aquela máxima: a ausência de mensagem também é uma mensagem.

    Qual sentimento você quer transmitir? Que sensação você quer causar na sua audiência? Em que espectro emocional você quer que ele se encontre quando terminar de consumir sua história?

    Um tema claro e planejado é fundamental para fazer com que a história fique gravada na mente dos seus leitores. Mas vale um adendo: você não precisa esfregar esse tema na cara de ninguém. Ele é mais importante para o seu planejamento do que para o leitor em si. Crie maneiras inteligentes de fazer o leitor tirar suas próprias conclusões.

    2. Personagens

    Gosto de dizer que os personagens são o coração pulsante de qualquer narrativa. É impossível contar uma história sem personagens, ao mesmo tempo em que é (praticamente) impossível contar uma boa história sem bons personagens.

    Os personagens acrescentam aquilo que toda história precisa para funcionar: humanidade e empatia. Sua audiência precisa se importar com os seus personagens para abraçar a história e ela só fará isso se sentir algum nível de conexão com esses personagens.

    São as personalidades e as interações entre os personagens que criam o conflito necessário para elevar uma história simples ao próximo nível. Também é isso que faz com o que o leitor se imagine vivendo na pele daquele personagem. Sentindo as dores que ele sente e imaginando como seria se a vida dele fosse aquela.

    Se eles fizerem isso, ou se reconhecerem aspectos da personalidade dos personagens em pessoas que eles conhecem, desenvolverão uma conexão mais forte com sua história.

    3. Cenário

    Basicamente, o cenário é o ambiente onde a sua história se passa. Esse ambiente pode ser um mundo complemente criado por você, como a Terra Média do Tolkien, ou uma união entre o imaginário e a nossa realidade, como vemos nos livros da série Harry Potter.

    Isso não importa. A única coisa que você precisa entender é que, ainda que esteja usando a nossa realidade como plano de fundo, é fundamental apresentar um ponto de vista único e cativante.

    Muitos autores fazem isso quebrando a expectativa. Em 2011, Jon Favreau fez isso com Cowboys & Aliens. É verdade que o filme não é tão bom assim, mas tem uma premissa única. Quantas outras vezes você viu cowboys enfrentando alienígenas em pleno século XIX?

    E aqui vai uma dica na contramão do que já disse. Você precisa criar uma cenário interessante, mas também não deve encher o saco do leitor com muitas informações sobre esse mundo. Essa é a principal crítica de leitores de fantasia.

    Muitos autores se apaixonam por seus cenários e acabam enchendo as histórias de infodump, que são aquelas informações desnecessárias, presentes apenas para mostrar como o autor realizou uma grande pesquisa.

    O cenário estão lá para criar imersão, para situar o público no espaço e no tempo. É fundamental que a sua história crie uma janela para um mundo único, inexplorado, mas sem se transformar em um livro didático.

    4. Trama

    Agora nós chegamos no que importa. Na história, propriamente dita. A trama ou o enredo é, de fato, o que acontece na sua história. Neste tópico, você terá uma breve introdução sobre o tema, mas já adianto que isso exige muito estudo e pesquisa.

    Ainda que alguns autores sejam capazes de criar tramas memoráveis de forma empírica, sem estudo, já adianto que isso é uma excessão. O estudo deve ser visto como uma forma de refinar conhecimentos e encurtar distâncias.

    Uma das chaves para contar uma boa história é organizar os acontecimentos de uma forma específica.

    A primeira opção é seguir a ordem cronólogica, que mostra os acontecimentos do jeito que eles ocorreram, na sequencia natural.

    • Joana chega na cidade;
    • Joana conhece Marcos no supermercado;
    • Marcos apresenta Joana a seus amigos;
    • Joana descobre que Marcos faz parte de um culto;
    • Marcos e o culto tentam sacrificar Joana;
    • Joana mata Marcos e foge do culto.

    A segunda opção é seguir a ordem atemporal, que mostra os acontecimentos na sequencia que você preferir, independente do momento em que eles aconteceram.

    • Marcos e o culto tentam sacrificar Joana;
    • Joana conhece Marcos no supermercado;
    • Marcos apresenta Joana a seus amigos;
    • Joana chega na cidade;
    • Joana descobre que Marcos faz parte de um culto;
    • Joana mata Marcos e foge do culto.

    Esse formato atemporal pode ser uma ótima pedida se você quiser aumentar a tensão. O público sabe que, em algum momento, tudo vai dar errado. Agora eles querem saber os acontecimentos que levaram até aquele momento.

    Mas é importante ressaltar que os fatos não podem ser aleatórios, mesmo quando não seguem a ordem cronológica. Cada fato deve ser consequência do fato anterior. É por isso que muitos escritores constroem suas histórias em ordem cronológica e depois embaralham as cenas.

    5. Conflito

    Isso é inegável: o conflito é o motor que impulsiona toda a história. É IMPOSSÍVEL criar uma boa história sem desenvolver algum tipo de conflito, por menor que ele seja.

    Muitos dizem que escrita não tem regra, mas eu gosto de dizer que ela tem apenas uma: você precisa de um conflito.

    O conflito é exatamente o que o nome sugere. Um problema, um desentendimento, uma perturbação na ordem natural das coisas.

    Ele é tudo o que impede um personagem de atingir o objetivo que ele almeja. E assim como esse objetivo pode ser qualquer coisa, o conflito também pode ser qualquer coisa, desde uma pessoa até uma doença, uma tempestade, uma invasão alienígena ou uma maldição.

    E é por meio do conflito que você cria tensão na sua história.

    Há vários tipos de conflitos, mas eu não vou me aprofunda muito nisso aqui. Você pode clicar aqui e ler mais artigos sobre o tema. Em breve, também postaria uma série focada em conflitos lá no meu canal no YouTube. Aguarde.

    6. Ponto de vista

    Há um ditado que diz que toda história tem três lados: o meu, o seu e a verdade. Isso faz sentido, mas a verdade é ainda mais incrível. Uma mesma história pode ter centenas diversões, dependendo de quem está contando.

    É só olhar os depoimentos de pessoas que presenciaram acidentes, crimes ou fatos marcantes. Cada um sente o que presencia e se expressa com base em sua própria vivencia, na forma como foi criado ou do círculo social ao qual está inserido. A violência soa diferente para pessoas diferentes.

    Particularmente, sou muito sensível a violência gráfica. Filmes com altas doses de violência me deixam mais impactado. Uma determinada cena de “Tropa de Elite 2”, que nem é tão gráfica, me deixou pensativo por dias, devido a profundidade do crime mostrado. Tanto que, quando fui conversar com meus amigos sobre esse filme, foi a primeira coisa que falei.

    Ao mesmo tempo, filmes como Deadpool não me afetam em nada. Ainda que haja níveis muito maiores de violência, ela é transmitida sobre outra ótica. E quem está comentando aquele atos é o “herói”. Isso nos cria um sentimento de justiça, como se tudo fosse necessário.

    Essa é a importância do ponto de vista. O Coringa é o herói ou o vilão? Depende do escritor. Forest Gump era um idiota ou um santo? Depende do ponto de vista.

    A maioria dos autores escolhe um único personagem e conta a história sobre o ponto de vista dele. Outros, como George Martin, preferem alternar essa perspectiva ao longo da trama. Cada opção exige níveis diferentes de trabalho, atenção e experiência.

    7. Estilo

    Por fim, chegamos ao estilo e não e difícil entender o que isso significa. O estilo é o que difere um artista do outro. É a impressão digital do escritor, por assim dizer. É o que faz você amar determinada autor e odiar outro, mesmo que ambos escrevam sobre o mesmo gênero.

    Todo escritor começa copiando outros escritores. Não tem como fugir disso, porque o estilo próprio só surge com o tempo, como uma mistura de muitas referências, opiniões e conhecimentos.

    Por isso, não tenha medo de conhecer novos livros, assistir novos filmes, ouvir novas músicas e consumir novas obras, mesmo que sejam de gêneros que você não costuma apreciar. Acumular uma bagagem cultural vasta e eclética é a melhor forma de desenvolver um estilo único e atraente.

    Não há estilo “bom” nem estilo “ruim”. Se você não gosto de determinado autor, isso não quer dizer que o estilo dele é ruim, apenas que não é o ideal para você.

    Particularmente, não gosto dos filmes do Stanley Kubrick. Muitos me julgam por isso e dizer que não entendo nada de cinema. Mas a verdade é que eu simplesmente não aprecio o estilo que ele desenvolveu, nem os pontos de vista que ele abraço e nem as referencias que ele manifesta. Não tem nada de errado com a obra dele e nem comigo. Aceite isso.

    Conclusão

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    E lembre-se que, todas as semanas, você encontra conteúdos novos sobre escrita criativa e storytelling aqui neste site e nas minhas redes sociais. Clique aqui para saber mais mais.

    Obrigado pela visita, volte sempre e boa escrita. 🙂

    Ninguém se importa com o seu produto e nem com os seus serviços

    Isso não é sensacionalismo barato. Esse título é verdadeiro e, no fundo, você já sabia disso. Eu não queria dizer dessa maneira, mas certas coisas precisam ser ditas assim, sem rodeios. Ninguém liga para o quão bom seu produto é ou para o quão preparado você está para realizar um trabalho. Se você não construiu uma boa história sobre isso, você não tem nada.

    Anos de publicidade enganadora e mentirosa deixaram as pessoas vacinadas contra falcatruas. E agora, na era do conteúdo premium pago, até as marcas mais bem-intencionadas caem na peneira da “cegueira de anúncios”, um fenômeno que explica a capacidade das pessoas de ignorar tudo que soe como propaganda.

    Por conta disso, ninguém está preocupado com você ou com o que você tem a oferecer. Ninguém quer comprar seus produtos ou contratar seus serviços. Mesmo que seu cliente esteja precisando disso, ele sempre vai preferir os produtos e serviços que ele já conhece. Ninguém quer arriscar.

    Eu também sei que essa parece ser só uma afirmação maldosa e jogada ao vento, mas esse não é o objetivo deste post. Muito pelo contrário. Eu quero que você entenda que pode reverter essa situação fazendo alterações simples na sua comunicação. Dados científicos já não são mais o suficiente. O seu sabão tira todas as manchas das roupas? Até as mais difíceis? Quem liga? O outro sabão também tira e, numa análise mais profunda, sabemos que todos os sabões são 98% iguais. Então o que difere o OMO do Sabão da Dona Cleide? A resposta simples é…

    Storytelling.

    Empresas como a OMO criaram uma história que está tão arraigada na mente das pessoas que elas já não consideram mais outra possibilidade quando vão comprar aquele determinado produto. Elas “sabem” que aquele é o melhor, mas não pela propaganda e sim, pela história.

    Lembra do comercial da mãe que deixava o filho se sujar porque sabia que aquilo era fundamental para o desenvolvimento dele? Ter um filho saudável é mais importante do que ter roupas mais brancas. E a mãe também não precisava se preocupar, porque ela tinha uma caixa de OMO para tirar até as manchas mais difíceis. Afinal, se sujar faz bem.

    O que isso quer dizer?

    A comunicação que realmente dá resultado hoje em dia é aquela que mexe com a empatia do público. Aquela que não apenas conta uma história, mas que coloca o cliente como protagonista desta história. Muitas empresas caem no erro de achar que são as protagonistas, mas nada é mais frustrante para o público do que ver uma marca pagando de boazona. Ninguém que estar ao lado do melhor. Nos queremos ser os melhores e é isso que o storytelling pode fazer pela sua marca.