Mais
    Início Site Página 3

    Os modernos aviões que H.P. Lovecraft descreve em “Nas Montanhas da Loucura” realmente existiram?

    Quando comecei a ler o conto “Nas Montanhas da Loucura”, de H.P. Lovecraft, uma coisa chamou minha atenção logo de cara: os aviões Dornier. O livro foi escrito em 1931 e, nessa época, os aviões já eram relativamente comuns. Mas as descrições de Lovecraft são tão incríveis e soam tão contemporâneas que eu fiquei com a sensação de que aqueles aviões eram modernos demais para aquela época. Mesmo se tratando de um livro de ficção.

    Embora escreve primordialmente terror, Lovecraft é um grande fã de ficção científica, tendo escrito alguns contos deste gênero, como o clássico “A Cor Que Caiu do Espaço”. E isso fez com que eu questionasse muita coisa. Afinal, embora eu morra de medo de voar – como qualquer humano racional –, sou um entusiasta de aviação. E as minhas pesquisas sobre esse assunto trouxeram informações tão interessantes que eu decidi compartilhar isso com você.

    Afinal, será que aqueles aviões são reais? Será que Lovecraft inventou aquele modelo específico? É sobre isso que vamos falar neste artigo.

    Antes de mais nada, gravei um vídeo sobre o autor em meu canal no YouTube. Confira abaixo:

    As descrições de Lovecraft

    Logo nos primeiros parágrafos da história, o autor diz:

    Quatro grandes aviões Dornier, desenvolvidos especialmente para as tremendas altitudes de voo necessárias no platô antártico com dispositivos adicionais para aquecimento de combustível e equipamentos de rápida ignição criados por Pabodie, poderiam transportar nossa expedição inteira de uma base nos limites da grande barreira de gelo até vários pontos internos adequados, e a partir daí uma cota suficiente de cães nos bastaria.

    Lovecraft não informa o modelo do avião na descrição, apenas a marca. Mas, segundo um um artigo de 1987, escrito por Jason C. Eckhardt e chamado “Behind the Madness: Lovecraft and the Antarctic in 1930”, é provável que ele seja uma versão fictícia de um avião chamado Do-J Wal, fabricado pela Dornier.

    A Dornier Flugzeugwerke foi uma empresa de aviação alemã, fundada em 1914. Foi ma das empresas mais importantes do setor no mundo, entre as décadas de 1920 e 1930. Fabricava grandes hidroaviões de metal, como o Wal e o gigantesco Dornier Do X. Em 1996, a Dornier foi adquirida pela americana Fairchild Aircraft, formando a Fairchild Dornier. Menos de 10 anos depois, em 2002, a empresa faliu.

    O modelo Dornier Do-J Wal era um hidroavião com duas hélices de quatro pás e o fato de pousar e decolar na água justifica o nome: Wal significa baleia em alemão. Ao todo, foram fabricados apenas algo entre 250 e 300 aeronaves deste modelo e, apesar de ser alemão, a maior parte das unidades foi construída e montada na Itália. O primeiro voo do Dornier Do-J Wal ocorreu no dia 6 de novembro de 1922.

    A primeira derrota/vitória no Ártico

    O explorador norueguês Roald Amundsen foi o líder da primeira expedição a atingir o Polo Sul, em 14 de dezembro de 1911. Na ocasião, usou apenas trenós puxados por cães. Em 1918, seguiu para o Ártico em um veleiro, onde passou dois anos à deriva. Em 1926, tornou-se o primeiro explorador a sobrevoar o Pólo Norte em um dirigível e a primeira pessoa a chegar tanto no Pólo Norte quanto no Sul.

    Mas a história que nos interessa aconteceu um ano antes, em 1925, quando Amundsen organizou a primeira expedição aérea ao Ártico. Para essa empreitada, decidiu usar dois aviões Dornier Do-J Wal modificados, tripulados por seis pessoas, incluindo ele mesmo. Um dos aviões apresentou problemas ainda na decolagem, mas a viagem seguiu mesmo assim.

    Depois de várias horas de voo, um dos pilotos notou que o indicador de temperatura de seus motores começou a subir de forma descontrolada. Quando chegou em 109 ºC, o medidor explodiu, mas os motores continuaram a funcionar. Pouco tempo depois, o nível de combustível começou a baixar de forma anormal.

    Nesse momento, as 5 horas da manhã do dia 22 de maio de 1925, Amundsen decidiu pousar as duas aeronaves no gelo Ártico, para reabastecer os tanques dos dois aviões com os tambores de reserva, antes de seguir para o Pólo Norte.

    Depois que chegassem no continente, os aviões retornariam com o combustível restante em seus tanques. E, se acabassem ficando sem combustível, pousariam mais uma vez no gelo, juntariam o combustível restante em apenas um avião e abandonariam o outro.

    Ainda que tenham sido bem-sucedidos, os pousos não foram tão suaves quanto eles esperavam. Uma das aeronaves sofreu muitas avarias e levaria muito tempo até que ela fosse consertada. Vários rebites haviam se soltado durante a decolagem e isso havia criado um buraco no casco, que logo se encheu de água.

    Depois de alguns dias, os seis homens decidiram que a melhor forma de escapar do gelo ártico era abandonar um dos aviões e trabalhar para colocar o outro no ar. No dia 1 de junho, eles tentaram decolar, mas não conseguiram. No dia seguinte, tentavam novamente e também falharam. O mesmo ocorreu no dia 6.

    Finalmente, no dia 15 de junho, conseguiram decolar, depois de construirem uma grande rampa de quase um quilômetro de comprimento. Com todos os problemas, os exploradores tiveram que desistir da meta de atingir o Pólo Norte. Mas, mesmo tendo falhado nessa dura missão, o Dornier Do-J Wal conseguiu quebrar o recorde de maior distância percorrida por via aérea em direção ao norte.

    Porque Lovecraft escolheu o Dornier Do-J Wal?

    É claro que nunca poderemos afirmar nada com exatidão, mas o motivo mais provável está ligado ao piloto alemão chamado Hans Wolfgang von Gronau. Em 26 de agosto de 1930, Gronau e sua tripulação fizeram um voo histórico através do Atlântico, usando um Dornier Do-J Wal. Ele decolou da Alemanha, passando pela, Islândia e Groenlândia antes de posar na cidade de Nova York, depois de percorrer 7.520 km, ao longo de 47 horas de vôo.

    Para sua empreitada, ele usou um avião com o prefixo D-1422, exatamente o mesmo utilizado anos antes por Roald Amundsen: o avião que sobreviveu à primeira expedição aérea ao Ártico.

    Depois disso, Gonau ficou famoso em todo o mundo e aparecia com frequência nos noticiários, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Sabemos que Lovecraft escreveu o conto entre fevereiro e março de 1931 e é bem provável que o sucesso do voo do explorador tenha influenciado em sua história.

    As principais diferenças entre os modelos

    Os aviões descritos por Lovecraft tinham muito mais autonomia e tecnologia do que os aviões realmente disponíveis na época. Segundo o que é descrito em ”Nas Montanhas da Loucara”, eles poderiam voar até a surpreendente altura de 24.000 pés, o equivalente a aproximadamente 7,3 quilômetros. Porém, o avião Dornier Do-J só conseguia alcançar metade dessa altura.

    Outro detalhe importante refere-se a cabine. Os aviões da expedição da Universidade Miskatonic de Lovecraft possuíam uma cabine completamente fechada. Algumas partes da aeronave eram feiras de alumínio, não de aço, o que deixou o modelo mais leve. O autor também descreve as asas como sendo maiores.

    Todas essas mudanças, segundo a obra, foram feitas pelo professor Frank Pabodie, com o intuito de dar mais autonomia para a aeronave e melhores condições para operar na região ártica.

    Dentre as mudanças, há também “dispositivos adicionais para aquecimento de combustível”, uma vez que as temperaturas eram muito baixas. Mas o fato é que os aviões Dorniers Do-J Wal já tinham aquecedores internos para evitar que o combustível congelasse.

    Os motores também eram diferentes, segundo o artigo de Jason C. Eckhardt. Os Dorniers da vida real tinham dois motores, fabricados pela Rolls-Royce, e eles eram bem diferentes dos descritos por Lovecraft. Não possuíam a mesma potência e, como já mencionado, apenas metade da autonomia.

    A presença do Dornier Wal no Brasil

    Outra referência curiosa é que esse avião é muito importante para a história de uma empresa brasileira: a extinta Viação Aérea Rio-Grandense, mais conhecida como VARIG. Ela foi uma das primeiras companhias aéreas brasileiras, fundada em 1927 pelo alemão Otto Ernst Meyer.

    Pouco tempo antes, em novembro 1926, Otto Meyer viajou para a Alemanha para comprar aeronaves e materiais e encontrar pessoal para operar os aviões. Com esse intuito, ele fechou um acordo com a companhia aérea alemã Condor Syndikat, oferecendo 21% das ações da VARIG em troca da aeronave Dornier Wal, que foi batizada como Atlântico, no Brasil.

    Além do comandante, o Atlântico contava com um piloto-mecânico, que podia fazer reparos nos motores Rolls-Royce em pleno voo. Os dois permaneciam na parte de fora da aeronave durante todo o voo e, como não havia uma cabine fechada, eles eram obrigados a usar pesados casacos e capacetes de couro, óculos protetores, mantas, luvas e botas.

    O Atlântico voou por muito tempo, até ser desmontado em 1933, no Rio de Janeiro. Suas peças foram vendidas como sucata.

    Conclusão

    Podemos dizer que os aviões descritos por Lovecraft realmente existiram, ainda que não tenham sido exatamente como ele os apresentou. O que o autor sugeriu, porém, surgiu anos mais tarde, com modelos melhorados e mais preparados para as condições adversas do Ártico.

    Com todos os defeitos que ele tinha, H.P. Lovecraft tinha a grande vantagem de se interessar muito por temas relevantes. Ele era um grande entusiasta de novas tecnologias e era apaixonado por química e astronomia. Quando ainda era criança, ganhou de sua mãe e de suas tias um telescópio e isso mudou sua forma de ver o mundo e, consequentemente, a humanidade.

    E não posso esquecer do fato de que o jovem Howard também teve acesso a muitos livros na biblioteca do avô, entre eles, obras de literatura científica contemporânea e periódicos científicos.

    Sei que minha curiosidade por esse assunto pode ter soado estranha, nos dias de hoje, mas eu gosto de ler livros antigos com um olhar da época. Foi exatamente por isso que as descrições dos aviões me impressionaram tanto no conto. Elas pareciam avançadas demais para algo escrito em 1931. Sabendo do que sei agora, as coisas até que fazem sentido.

    Isso também me faz pensar em outra coisa. Muitas pessoas consideram as explorações uma perca de tempo. Afinal, “temos muitos problemas por aqui para gastar tempo e dinheiro explorando a Antártida ou o espaço”. Mas o fato é que boa parte das tecnologias que usamos hoje em dia são provenientes deste tipo de explorações. O GPS, para citar apenas uma, é um grande exemplo.

    Por mais escritores que consigam usar a ciência e tecnologia disponível de forma tão incrível, a ponto de fascinar leitores quase 100 anos depois.

    Referências Bibliográficas:

    Três maneiras infalíveis de criar uma “tensão romântica” entre os personagens das suas histórias

    Os maiores sucessos da literatura atual são romances. Falo do gênero literário e não de qualquer história longa de ficção, com mais de 40 mil palavras, já que isso também pode ser chamado de “romance”. Narrativas em que dois (ou mais) personagens se apaixonam e embarcam em um emaranhado complexo, permeado por encontros, desencontros, mal-entendidos, idas e vindas.

    Até mesmo em livros fora do gênero, o romance é altamente popular. Desde “50 Tons de Cinza” até “Harry Potter”, as tretas amorosas sempre estão presentes nas páginas dos livros mais vendidos, trazendo profundidade para as tramas e gerando identificação com o público. Afinal, quem nunca se apaixonou? Quem nunca sonhou com o primeiro beijo? Quem nunca sofreu por um amor não-correspondido? Ou com uma traição…

    E ainda que alguns afirmem que o romance pode estragar uma história, a verdade é que uma boa dose de amor, paixão e sexo (porque não?) pode elevar sua narrativa para outro nível. Desde que faça sentido, é claro. Desde que haja motivo e função dentro da narrativa, e não seja apenas um artifício barato para angariar leitores viúvos de outras histórias.

    É eficiente, mas não é fácil

    Não se iluda. Uma romance romântico não é uma coisa simples de se escrever. Os leitores querem muito mais do que amor platônico, que simplesmente brota do nada, à primeira vista. Isso é preguiçoso e irreal, ainda que alguns insistam que pode acontecer. Ainda mais agora, em tempos de aplicativos de namoro e relacionamentos líquidos, como dizia o Zigmunt Bauman.

    Tenha em mente que um romance é uma estrada cheia de buracos e curvas, a beira de um desfiladeiro mortal. Na maior parte do tempo, os personagens vão percorrer estes trechos em alta velocidade, conduzindo carros desgovernados e sem freios. E, infelizmente, alguns deles vão se perder e jamais chegarão ao destino esperado.

    E tudo bem. A vida também é assim.

    Mas, apesar das batalhas perdidas, alguns vão continuar lutando pelo amor, mesmo que o mundo esteja contra. E isso nós chamamos de tensão romântica. Se você conseguir criar tensão romântica entre os seus personagens de uma forma natural e interessante, a mente dos leitores fará o resto.

    A tensão romântica acontece quando os personagens querem ficar juntos de alguma forma, mas acontece algo que os impede. Pode ser um ou mais obstáculos e quantos mais fortes eles forem, melhor cumprirão seu papel, porque causarão frustração, raiva e medo.

    Em resumo, conflito. E se você tem um bom conflito, você já tem 30% do que precisa para criar uma uma boa história. Isso com base na minha crença (que pode estar errada, é claro) de que uma história é formada por:

    • Personagens – 50%
    • Conflito – 30%
    • Storytelling – 20%

    Todo o resto está inserido em uma destas categorias. É por isso que, no artigo de hoje, vou te apresentar três maneiras muito eficientes de criar tensão romântica em suas histórias e fazer seus leitores torcerem pelos seus personagens.

    Are You Ready?

    01 – O surgimento de um rival

    Não pense de maneira óbvia quando falamos de rival. É claro que, em histórias de amor, o primeiro rival que vem a mente é um outro amante, uma terceira pessoa que pode dividir a relação, gerar intrigas, roubar o afeto entre os pombinhos original. É por isso que grande parte das histórias românticas envolvem um triangulo amoroso.

    Mas é claro que essa não é a única forma de criar rivalidade nesse tipo de história. Qualquer outra pessoa (pai, mãe, irmão ciumento) ou coisa (maldição, jura de morte, pecado, medo, experiências passadas) também pode ser um rival e gerar uma boa trama.

    Vou apresentar alguns exemplos agora. Para ficar mais fácil, vou usar A e B para designar os amantes. Interprete essas letras como quiser, ok?

    • Pessoa A e pessoa B começam um relacionamento, mas o filho da pessoa A não se dá bem com a pessoa B.
    • Pessoa A gasta mais tempo com seus hobbies (esporte, carros, amigos) do que com a pessoa B;
    • A pessoa A tem uma grande ambição de vida, mas, no meio do caminho, se apaixonou pela pessoa B. Depois de um tempo, a pessoa B se sentiu abandonada, uma vez que a vida da pessoa A gira em torno de alcançar essas grandes ambições;
    • As pessoas A e B se amam, mas um bebê surge (também pode ser um problema financeiro, uma guerra, um desastre natural) e suga toda a energia de ambos, fazendo com que eles precisem lutar para encontrar tempo um para o outro;
    • As pessoas A e B eram felizes, mas a pessoa A passa por um grande problema e entra de cabeça nas bebidas (ou drogas). Com isso, o relacionamento fica afetado.

    Agora vale destacar que você ainda pode colocar um rival fisico, uma pessoa C, em cada um dos exemplos anteriores e gerar um problema ainda maior. O importante é ser criativo. Isso não quer dizer abandonar os clichês por completo. Quer dizer usá-los com sabedoria e no momento certo.

    02 – O surgimento de uma situação

    Esse exemplo pode se confundir com o anterior, mas, embora um rival possa ser uma situação, nem sempre a situação será o rival. A situação pode ser o elemento que vai unir os amantes e criar toda a base para que eles se apaixonem. Também pode ser o elemento que os mantem separados, ressaltando o quanto eles se amam.

    O fato é que a situação em que seus amantes se encontram desempenha um grande papel em seu romance. Vamos considerar uma situação clássica, já explorada em vários livros e filmes:

    Um homem é obrigado a ir para a guerra. Durante a batalha, acaba ferido e é mandado para o hospital. Chegando lá, é socorrido por uma enfermeira, por quem se apaixona perdidamente. Dessa forma, a mesma situação que arrisca sua vida a cada segundo o apresentou para um amor puro e verdadeiro.

    Esse é só um exemplo, mas existem milhares. Vamos conferir mais alguns:

    • As pessoas A e B estão em uma competição esportiva. Elas são grandes rivais, mas, entre uma prova e outra, acabam se apaixonando;
    • As pessoas A e B se apaixonam, mas se amor desagrada a sociedade (podem ser do mesmo sexo, de religiões diferentes, idades diferentes, etnias diferentes, etc.);
    • As pessoas A e B são amigos de infância e sempre gostaram da companhia um do outro. Certo dia, acabam se descobrindo apaixonados e isso os deixa confusos;
    • A pessoa A trabalha em uma profissão que compete diretamente com a profissão da pessoa B (policial e criminoso). Ainda assim, eles se apaixonam.

    Novamente, seja inventivo. Crie situações interessantes. Transformar o motivo do amor no motivo pelo qual os amantes não podem ficar juntos é uma forma muito eficaz de criar tramas e aumentar bruscamente o suspense. Sempre dá certo.

    03 – O surgimento de um mal-entendido

    Algumas pessoas acham essa técnica irreal, mas, se você já se envolveu amorosamente como alguém, sabe que ela acontece. E muito! O nome é autoexplicativo e esse é um artifício muito comum em comédias românticas que precisam encontrar uma forma de separar os personagens por algumas páginas.

    Vamos deixar as coisas claras:

    • Um rival é um fator externo sobre o qual os amantes tem algum controle;
    • Uma situação é um fator externo sobre o qual os amantes não tem controle;
    • Um mal-entendido é um fator interno, sobre o qual os amantes tem controle, mas, mesmo assim, eles não conseguem controlar.

    Quer entender melhor? Confira o exemplo:

    • A pessoa A diz uma coisa.
    • A pessoa B entende outra coisa.
    • A pessoa A não explica.
    • A pessoa B não faz perguntas.

    O fato é que não importa quem está certo e quem está errado. Nem mesmo se existe um certo ou errado. Um mal-entendido pode ser sobre qualquer coisa, em qualquer situação. A única coisa que você precisa é que uma pessoa diga (ou faça) uma coisa e que a outra pessoa ouça (ou entenda) outra coisa.

    Vamos deixar as coisas ainda mais claras. Um homem rico se apaixona por uma garota pobre. Os dois criam um laço muito forte, apesar de viverem em uma sociedade que condena esse tipo de relação. Em determinado momento, temendo que a garota estivesse em dúvidas quanto ao seu amor, o homem diz:

    “Eu te amo, minha querida, mesmo que você venha de uma família pobre”.

    Ofendida com a frase, a jovem responde:

    “Você está me insultando! A sua classe social não te torna melhor do que eu”.

    Conseguiu entender o exemplo. O homem quis dizer que não se importava com a classe social da jovem, para que ela não tivesse dúvidas. Ela, por outro lado, entendeu que ele considerava sua classe social superior a dela.

    Esse tipo de acontecimento pode gerar bons conflitos, mas precisam ser forjados com competência, ou soarão artificiais. É importante que as palavras (ou ações) realmente possuam um subtexto que possa gerar confusão, ou os leitores não engolirão a confusão.

    Conclusão

    Você já deve ter notado que, quanto maior a tensão romântica, mais a história se tornará emocionante para o leitor. E é claro que você quer que os leitores torçam pelos seus amantes, não é mesmo? Então não hesite quando precisar lançar obstáculos ao longo do caminho. Faça seus personagens lutarem pelo amor.

    E, como forma de exercício, sugiro que você escreva uma pequena cena, que contenha diálogos com um mal-entendido entre os amantes. Vale lembrar que o mal-entendido pode envolver um rival ou ocorrer no meio de uma situação. Depois disso, compartilhe o resultado nos comentários. Vou adorar ler alguns e dar minhas opiniões sinceras.

    Então é isso. Obrigado pela visita, volte sempre e boa escrita. 🙂

    Como enviar um livro para uma editora e ser aceito: as melhores dicas para arrasar na sua próxima tentativa

    Eu já recebi muitos manuscritos ao longa da minha vida, no tempo em que trabalhei como editor de uma pequena editora independente. Foram tantos livros e protótipos de livros que eu nem poderia contar. Ao mesmo tempo, também já enviei muitos manuscritos, desde os meus 13 anos de idade, quando finalizei meu primeiro romance.

    Ainda assim, o que sempre me deixou impressionado é que, pelo menos a metade destes manuscritos eram descartados por não se encaixarem no padrão da editora (linha editorial, formato de envio, etc). Outros 45% eram descartados por conterem erros simples de serem corrigidos, mas que faziam uma grande diferença quando falamos em possibilidade de publicação.

    Por que as pessoas cometem esses erros? Eu acredito que são dois fatores interligados. Em primeiro lugar, acredito que é porque os novos autores não tem acesso ao conhecimento necessário para evitar essas armadilhas. Grande parte dos materiais disponíveis estão em inglês e o mercado brasileiro não tem muito interesse em produzir esse tipo de conteúdo.

    Em segundo lugar, acredito que falta atenção nos escritores. Eu entendo que a vida é corrida e que a maioria dos autores divide o tempo em duas ou mais atividades para conseguir pagar as contas. Mas, ainda assim, isso não justifica escrever uma apresentação ruim ou simplesmente ignorar o envio de uma Query Letter.

    Já escrevi um artigo sobre isso há algum tempo, então você pode clicar AQUI e saber mais.

    Neste artigo, vou te oferecer algumas estratégias comprovadas para que você deixe o seu manuscrito o mais interessante possível. O objetivo principal é fazer com que o editor QUEIRA ler o seu livro e, acima de tudo, não consiga resistir a ele.

    01 – Busque um agente literário para te representar

    Ainda que nossa cultura não leve muito em conta os agentes literários, eles podem ser grandes aliados no processo de conseguir uma boa editora para seu livro. Por isso, é importante conhece-los e tentar iniciar um contato. A melhor forma de fazer isso é realizar uma pesquisa e descobrir qual deles aceita novos escritores e qual tem interesse no tipo de obra que você produz.

    Há vários agentes no Brasil, mas o caminho até eles pode ser tão difícil quanto o caminho até uma editora, então mantenha os dois pés no chão. Uma rápida busca no Google mostrará várias alternativas, mas é importante que você fique atento a um detalhe fundamental: bons agentes NÃO cobram.

    Isso não quer dizer que ele trabalhe de graça, mas que o pagamento vem apenas depois que eles já te ofereceram algum resultado. Geralmente, o agente fica com uma porcentagem dos seus direitos, depois que o contrato com a editora estiver assinado. Ou seja, ele receberá depois que te der RESULTADOS.

    Se você encontrar um agente querendo que você pague uma mensalidade ou algo parecido sem te oferecer nenhuma garantia, corra. Corra muito! Não vou citar nenhum agente neste artigo, mas você pode encontrá-los por aí. Não deixe que seu sonho te cegue. Novamente: você precisa manter os dois pés no chão.

    02 – Encontre a editora CERTA para sua obra

    Acredite em mim quando digo que a PRINCIPAL reclamação dos editores diz respeito ao fato de que os autores não pesquisam antes de enviar seus manuscritos. Dessa forma, enviam poesias para editoras de fantasia, enviam terror para editoras de não-ficção, enviam auto-ajuda para editoras de contos… Uma confusão.

    Editoras tem linhas editoriais. Ou seja: a maioria delas publica apenas um determinado tipo de livros. Um bom exemplo é a maravilhosa Darkside Books. Eles são especialistas em livros de terror. Isso fica claro até mesmo no nome da empresa. Dessa forma, não adianta enviar um romance romântico para eles. O livro não será aceito… Sequer será lido.

    Por isso, tenha em mente o fato de que, antes de aprender a enviar seu livro para um editora, você precisa saber o que tem nas mãos. Sobre o que é o seu livro? Em qual gênero ele se encaixa? Que tipo de público ele pode agradar?

    Faça buscas extensas na internet. Entre em redes sociais, principalmente Twitter e Instagram, e procure os perfis de autores que se encaixam no mesmo estilo que o seu. Tente descobrir em que editoras eles lançam suas obras e procure pelos perfis dos editores e auxiliares. Também é importante seguir agentes literários. Deixe-se contaminar pelo meio.

    Você não deve incomodar-los, apenas aprender mais sobre eles. Observar que tipo de conteúdos eles consomem e coisas do tipo. O seu envio será feito pelos canais oficiais que a editora oferece, nunca de outra forma. Então acesse os sites das editoras e os examine com cuidado e atenção. Descubra quais gêneros e categorias eles estão procurando e, principalmente, se estão aceitando submissões.

    Outra ideia interessante é olhar a página de agradecimentos dos livros que você gosta para encontrar os nomes dos editores responsáveis. Isso pode trazer uma luz para sua cabeça, caso você seja um total desconhecido no meio editorial.

    E se você tiver a oportunidade de participar de um curso ou workshop literário, mesmo que seja online, aproveite! Essa é uma grande oportunidade de fazer networking e “conhecimento” é a base do reconhecimento. Quem não é visto não é lembrado, já dizia o ditado.

    03 – Organize uma lista com as principais editoras/agentes

    Este passo é um complemento dos anteriores. É uma das formas mais eficientes para ter sempre uma carta na manga quando for a hora de buscar uma opção de publicação. Montar uma lista única e personalizada com suas melhores opções é uma maneira de se manter um passo a frente de 99,9% dos outros escritores.

    Sua lista não precisa ser muito seletiva, no início. Sinta-se livre para colocar o nome e os contatos de todos agentes, editores e editoras que conseguir. Você pode começar com uma gama maior e ir montando listas mais restritas com o passar do tempo, focando em gêneros ou possibilidades reais de ser aceito.

    É muito importante que sua lista possua contatos atualizados, com endereços dos sites, e-mails, telefones (quando possível), links para redes sociais e muito mais. Deixe anotações claras e específicas sobre as pessoas com quem você já interagiu, indicando suas opiniões sobre isso.

    Uma boa maneira de manter essas anotações organizadas é usar uma planilha. Isso pode te ajudar a ter uma visão geral, editar com facilidade e acrescentar dados relevantes sempre que necessário.

    04 – Faça escolhas conscientes e personalizadas

    Depois que sua lista esteja completa e aquecida, é a hora de enviar seu manuscrito. Então, o passo básico é saber se os agentes, editores ou editoras ainda estão aceitando os envios. Isso porque, talvez, você tenha passado muitas semanas ou meses produzindo sua lista. As coisas podem ter mudado e um erro brutal é enviar originais não solicitados em períodos errados. Isso pode colocar seu nome em uma lista negra, de onde ela nunca mais sairá.

    Em seguida, é importante ressaltar que você não deve criar um único e-mail e enviá-lo em massa para todos as pessoas da sua lista. Seus envios devem ser personalizados e apenas para quatro ou cinco contatos por vez.

    Isso vai facilitar a sua forma de trabalhar, porque os agentes e as editoras precisam, dentre outras coisas, saber porque você acha que seu livro é importante para eles. Como sua obra pode se encaixar no modelo de trabalho deles? Por que você é o autor(a) certo(a) para trabalhar com eles?

    Você até pode usar um texto base para todos os contatos, mas deve personalizá-lo para cada um deles, ressaltando as nuances que o fizeram escolhe-los.

    Uma boa alternativa é ler pelos menos um ou dois livros representados pelos agentes que você pretende conseguir ou publicados pela editora que você almeja. Faça pesquisas extensas nas redes sociais que eles mais usam, bem como dos autores com quem eles interagem.

    Esses são alguns detalhes importantes com aos quais você precisa se atentar:

    • Aborde cada pessoa pelo nome e certifique-se de que está escrito corretamente;
    • Explique por que você deseja que ele(a), especificamente, represente/publique o seu livro;
    • Apresente as semelhanças entre sua obra e outras obras que eles representaram ou publicaram;
    • Certifique-se de que seu manuscrito está absolutamente impecável.

    Mas, independente do que você fizer, lembre-se de que a personalização é obrigatória. Você nunca deve enviar o mesmo modelo de contato para todos! Mudar a saudação não é suficiente e se você não tiver dois ou três motivos sólidos e detalhados para propor uma representação ou uma publicação, escolha outra pessoa. Simples assim.

    05 – Formate o seu manuscrito antes de enviar

    Nos EUA, é comum que as editoras não aceitem manuscritos completos. Eles pedem um resumo de duas ou três páginas e os primeiros capítulos. Então, se houver interesse, o restante da obra é solicitada. No Brasil, porém, é mais comum que as editoras e agentes recebam a obra completa para avaliação, mas com uma formatação específica.

    Por isso, atente-se a este detalhe. Caso haja alguma especificação sobre formatação, você deve segui-la a risca. Isso pode significar a diferença entre ser lido e ser sumariamente ignorado.

    Então reserve um tempo para aperfeiçoar seu manuscrito. Revise seu texto, se ainda não o fez, e o formate de acordo com os padrões exigidos. Se não houver padrão, use as normas da ABNT, por garantia. Não use fontes muito complexas, que dificultem a leitura. Opte pelo básico: Times New Roman, em tamanho 12, com espaçamento simples entre as linhas.

    Conclusão

    Espero que estas dicas possam te ajudar a conseguir um agente ou uma editora. É importante dizer que este artigo é apenas um apanhado de ideias, mas que não falei sobre um dos itens mais importantes: a Query Letter. E eu fiz isso porque já falei sobre esse tema nesse artigo, que você pode ler clicando aqui.

    É claro que não existe nenhuma garantia de que seu livro será aceito, mesmo que você siga todas essas dicas a risca. Mas, fazendo as coisas certas, você pode se preparar e se destacar dos demais. Isso, por si só, já significa uma grande avanço. E a cada nova tentativa, você aprenderá mais sobre esse universo.

    Então não desista. As coisas não são fáceis, é verdade, mas também não são impossíveis. Se você terminou sua obra e conseguiu chagar até este artigo, saiba que você já tem o potencial necessário para conseguir. Não desista.

    Obrigado pela visita, volte sempre e boa escrita. 🙂

    Editora DarkSide lança prêmio literário que vai distribuir R$ 100 mil para novos autores

    A DarkSide® Books, primeira editora brasileira inteiramente dedicada ao terror, fantasia e suspense, junto aos seus parceiros mais que especiais e apoiadores da leitura em nosso país, promove o 1º Prêmio Machado Darkside de Literatura, quadrinhos e outras narrativas com o objetivo de selecionar textos e projetos originais e inéditos para revelar ao leitor histórias únicas e 100% nacionais.

    Em um momento tão delicado do nosso país, a Arte precisa ganhar o seu protagonismo e ser uma ferramenta de luta e acolhimento. O 1º prêmio machado darkside celebra todos os autores que colocaram seu próprio sangue em suas palavras e tornaram-se eternos em suas vivências. Uma forma de mostrar que, mesmo no silêncio e no distanciamento desta quarentena, estamos todos juntos, prontos para ouvir e sonhar com cada mente que busca o conhecimento, o novo olhar e a transformação.

    Machado de Assis | Faculdade Zumbi dos Palmares

    A Comissão de Avaliação do grande prêmio brasileiro promovido pela DarkSide vai contemplar criadores nacionais em cinco categorias — romances/contos, quadrinhos, não ficção, outras narrativas e desenvolvimento de projetos — com 100 mil reais e contratos editoriais, além de um troféu dark muito especial.

    • romance/contos: romances ou coletâneas de contos inéditos (mínimo de 40 mil palavras no projeto completo).
    • quadrinhos: projetos inéditos de quadrinhos (mínimo de 60 páginas).
    • não ficção: biografias, documentos históricos, pesquisas/monografias.
    • outras narrativas: audiovisual, podcasts, poesia, teatro, música, jogos e todas as formas onde a palavra se manifesta.
    • desenvolvimento de projetos: categoria exclusiva para receber a Mentoria DarkSide em projetos não finalizados.

    As inscrições já estão abertas e são inteiramente gratuitas. Os criadores interessados devem acessar o site oficial do prêmio ou o site da DarkSide® Books para fazer a sua inscrição até meia-noite do dia 29 de setembro de 2020. O resultado será revelado na última sexta-feira 13 do ano, dia 13 de novembro de 2020, através dos sites e redes sociais da DarkSide® Books.

    1º Prêmio Machado Darkside de Literatura (Foto: Darkside Books)

    Menção Honrosa para Influenciadores Literários

    A DarkSide® Books e seus parceiros reconhecem a enorme importância de todos os influenciadores literários para o desenvolvimento da nova geração de leitores, e o 1º prêmio machado darkside fará uma homenagem a estes profissionais que ajudam a propagar o amor pelos livros. Influenciadores literários de todo o Brasil poderão registrar a sua inscrição no site oficial do prêmio.

    A Comissão Avaliadora da editora vai selecionar os 30 perfis inscritos mais atuantes e abrirá o grande voto popular para leitores de todo o Brasil escolherem seus influenciadores literários favoritos. A votação estará disponível no site oficial do prêmio entre os dias 15 de outubro e 10 de novembro de 2020. Os 5 candidatos mais votados pelo público serão contemplados com um troféu do 1º prêmio machado darkside, menção honrosa e uma surpresa caveirosa.

    1º Prêmio Machado Darkside de Literatura (Foto: Darkside Books)

    Manifesto do Escritor

    Escrever é uma jornada eterna. E para levar a sério essa jornada, antes de tudo, você precisa se ver como um escritor(a). Esse passo pode soar tolo para alguns, mas ele também é fundamental para separar aqueles que apenas sonham em viver da escrita (e se contentam com isso) daqueles que realmente vão se esforçar para viver da escrita.

    Posso garantir que a minha vida mudou quando decidi me ver como escritor, não apenas como alguém que queria ser escritor.

    Se esse também é o seu objetivo, você chegou no lugar certo. Se você tem vergonha de dizer em voz alta que é um escritor, mesmo que já tenha escrito um ou mais livros, você também está no lugar certo. Eu preparei um manifesto que nos descreve. Um código de ação que vai te ajudar a correr atrás dos seus objetivos com a ousadia necessária e te vai te fazer lembrar, refinar e renovar seu compromisso com a escrita. 

    Respire fundo e declare o seus desejos para você, mas também para o resto do mundo. Imprima este texto, cole no seu guarda-roupas, sua geladeira, no espelho do banheiro ou onde mais quiser. Leia todos os dias, em voz alta, se possível. Ouça sua própria voz e acredite nela.

    E sinta-se à vontade para compartilhar este manifesto com quem quiser. O poder está nas suas mãos.

    Manifesto do escritor.

    Eu sou um escritor, nada menos do que isso.

    Escritores escrevem. Por isso, eu separo um tempo do meu dia para escrever. E farei isso todos os dias, faça chuva ou faça sol. O meu estilo de vida mantém e dá suporte para a minha escrita. Também leio muito, porque ler é o primeiro passo… e escrever é o segundo.

    Eu sempre sonho grande, mas tenho metas realistas. Acredito no poder da escrita e luto pela oportunidade de, um dia, viver da minha habilidade. Eu sigo o meu coração, não o mercado. Mas tenho a capacidade de adaptar minhas ideais quando oportunidades surgem.

    Eu não apenas começo as minhas histórias, mas eu as concluo.

    Primeiro, eu aprendo as regras. Depois eu as sigo… e só então eu as quebro. Nunca altero essa ordem natural. Sou humilde o suficiente para saber que sempre posso aprender mais.

    Quando eu recebo um crítica, tento aprender alguma coisa. Recebo e gerencio. Não me deixo abalar por palavras negativas. Não me deixo vislumbrar por palavras positivas. Minha escrita é maior que meu ego. Quando sinto que meu ego quer se sobressair, eu o guardo no bolso de trás e sento-me sobre ele.

    Sei que escrever é mais sobre a jornada do que sobre o destino. Por isso, aproveito a paisagem. Sou o mestre da minha inspiração, não o escravo dela. Minhas histórias são livres e eu deixo que elas circulem pelo mundo.

    Eu não fujo das coisas difíceis. Aprendo com elas. Quando a coisa fica difícil, eu paro, planejo, pesquiso e reescrevo.

    Eu sou um escritor e amo o que faço.

    As 8 melhores maneiras de ganhar dinheiro escrevendo; você pode começar hoje

    Talvez você esteja acostumado com a ideia de que, para viver de escrita, é preciso escrever muitos livros, se tornar um best seller mundial e colecionar direitos autorais. Este é pensamento comum, mas, infelizmente, também é o mais distante da realidade.

    A maioria dos escritores não vive da venda de livros, mas de outras profissões ligadas (ou não) ao ato de escrever.

    Isso se deve a muitos fatores, como a dificuldade em vender livros em um país onde a maioria das pessoas lê menos de um livro por ano, o valor irrisório dos royalties pagos pelas editoras, a inexistência de adiantamentos… Enfim, uma série de motivos.

    Mas, neste artigo, eu vou te mostrar várias formas de se ganhar dinheiro com a escrita e ainda manter uma rotina aberta e saudável para nunca deixar de escrever seus livros.

    Romancista

    Usei a palavra romancista para identificar o formato mais comum no entendimento popular: a pessoa que escreve romances ficcionais e vive exclusivamente desta atividade, independente do gênero. Há poucos que conseguem essa façanha no Brasil, mas não é impossível.

    Especialista

    O especialista é um autor de não-ficção que escreve livros com temáticas diversas, como autoajuda, receitas, empreendedorismo, negócios, entre outros. É um dos mercados que mais cresce e mais gera dinheiro no meio editorial.

    Muitos profissionais de áreas não ligadas ao meio editorial, como advogados, médicos, empreendedores e vários outros usam este formato, tanto para conseguir autoridade quanto para explorar novos nichos. Considere essa possibilidade casos se enquadre no perfil.

    Jornalista

    Jornalismo também é uma boa forma de ganhar dinheiro, principalmente no atual estado em que o país (e o mundo) se encontram. Você pode usar os conhecimentos inerentes da profissão tanto para atuar como ghostwriter (falarei mais sobre isso a frente) ou para trabalhar em veículos, como jornais, revistas, websites, agências de notícias, assessorias de imprensa e empresas especializadas.

    Outra possibilidade para o jornalista é escrever livro-reportagem. Este é um gênero forte, que já gerou alguns autores best sellers no Brasil, como Caco Barcellos e William Waack. Ainda assim, exige muito conhecimento, habilidade de pesquisa e capacidade cumprir prazos rígidos.

    Ghostwriter

    Este é um dos campos mais lucrativos desta lista, mas também é o que menos gera reconhecimento. Na verdade, não gera nenhum reconhecimento, uma vez que o trabalho do ghostwriter (escritor fantasma, em tradução literal) é produzir conteúdos específicos em nome de outras pessoas ou organizações.

    Ou seja: você escreve, mas assina como se fosse outra pessoa. Grandes sucessos do meio editorial, principalmente autobiografia de artistas, foram, na verdade, escritos ghostwriters.

    Colunista

    Posso afirmar categoricamente que muitos autores que você conhece e que fazem sucesso com seus livros, na verdade, ganham a vida escrevendo colunas diárias, semanais, quinzenais ou mensais para grandes sites, como UOL, Folha de São Paulo e outros.

    Ainda que seja um subdivisão do jornalismo, é um ramo difícil de entrar, uma vez que exige posicionamento e opinião forte em temas como política, economia, entretenimento… Mas você pode começar pequeno, em um jornal ou site da sua cidade, e adquirir conhecimento para buscar oportunidades maiores.

    Redator Publicitário

    Este ramo também é muito comum e foi o que eu mais atuei ao longo da minha carreira. O redator publicitário é o profissional trabalha em agências de publicidade, seja como CLT ou como freelancer, escrevendo textos para anúncios, comerciais, spots, websites e muitos outros.

    A remuneração tende a ser alta, em grandes cidade, mas a concorrência também é muito grande. Em contrapartida, o mercado é amplo e há muitas possibilidades em agências menores, em cidades pequenas e até mesmo pela internet.

    Copywriter

    O copywriter atua em um ramo muito semelhante ao do redator publicitário, mas seu trabalho é muito mais focado em produzir textos persuasivos, seja para cartas de vendas, roteiros para vídeos ou publicações em websites e blogs empresariais.

    Um copywriter deve buscar conhecimentos exclusivos e formações avançadas em várias áreas, principalmente neuromarketing, comportamento humano, entre outros. Embora seja uma profissão relativamente antiga, só tem se destacado no Brasil nos últimos anos.

    Definitivamente, é a área mais rentável desta lista. E, milagrosamente, uma das menos concorridas. Mas isso se dá pelo novidade da profissão e pela dificuldade de se especializar.

    Redator Web

    Este é auto explicativo. Redotor web é a pessoa que escreve posts e artigos para blogs, sites e redes sociais. Justamente pela variedade de conteúdos, o profissional precisa acumular uma ampla bagagem cultural. Também é necessário muito estudo, para se adaptar a todas as exigências do mercado.

    Também é um nicho lucrativo, mas leva tempo até que as coisas comecem a funcionar. Já ganhei algum dinheiro escrevendo artigos para outros sites, mas agora me concentro e produzir conteúdos para este, exclusivamente.

    Conclusão

    Como você deve ter notado, há várias formas de viver da escrita. E, independente de qual escolha você tomar, o importante é ter em mente que você está usando suas habilidades para melhorar a sua vida e a vida das pessoas que são impactadas pelo seu trabalho.

    Também é importante considerar que esses são apenas os principais tipos, mas não os únicos. Você não precisa se limitar a apenas um deles. Eu mesmo atuo como redator publicitário, copywriter e ghostwriter. Tudo depende das suas habilidades e, obviamente, da sua disposição para escrever e aprender sempre mais.

    E agora que eu já te mostrei ideias incríveis de como ganhar dinheiro usando sua paixão e suas habilidades como autor, você pode compartilhar esse conteúdo com seus amigos, para que eles também evoluam. Deixe um comentário no site dizendo se você vive de alguma destas áreas, porque e como conseguiu entrar no mercado.

    E é claro que tem a dica de ouro: assine minha newsletter sobre escrita criativa e storytelling, que eu te enviarei ideias e materiais exclusivos duas vezes por semana. Estes conteúdos não são postados aqui no site e em nenhum outro lugar. São conteúdos de primeira linha, que vão te ajudar a se destacar neste mundo cada vez mais concorrido.

    Preencha o formulário abaixo ou clique AQUI. Depois disso, siga os conselhos e torne-se um autor/autora muito melhor.

    Obrigado pela visita, volte sempre e boa escrita. 🙂

    Descubra como se tornar um escritor profissional gastando apenas 15 minutos do seu dia

    Sempre que alguém me procura pedindo uma dica para entrar de cabeça na escrita e começar uma carreira como escritor, sempre repito a mesma ladainha: escreva, de preferência, todos os dias! Esse é, provavelmente, o assunto sobre o qual mais falei durante todo o tempo que mantenho este site e os canais em que produzo conteúdo.

    O fato é que muitas pessoas se assustam com essa ideia, mesmo sabendo que é a coisa certa a se fazer. Escrever todos os dias parece maçante e até mesmo impossível. E mesmo para quem acredita nesta afirmação, outros questionamentos surgem logo em seguida:

    1. Por quanto tempo eu devo escrever?
    2. Quantas palavras eu devo escrever?

    Não existe resposta definitiva para nenhuma destas duas questões. Tudo vai depender dos seus objetivos e do tempo que você tem disponível para escrever. Também vale destacar que eu já publiquei um artigo aqui no site apresentando quatro formas infalíveis de encontrar tempo para escrever mesmo que você tenha uma agenda lotada. Leia e veja como ele pode te ajudar.

    Por quanto tempo eu devo escrever?

    Pensando de uma forma ampla, o tempo ideal de escrita para quem está começando é 15 minutos diários. Afinal, não importa quão atarefado você seja. Todo mundo tem 15 minutos de tempo livre. Você pode usá-lo para dormir, caso não tenho nada melhor para fazer, ou pode usá-lo para treinar e desenvolver sua escrita.

    Mesmo que pareça pouco tempo, 15 minutos de prática diária e constante podem mudar sua vida. É por isso que eu gosto de dizer que 15 minutos é o tempo necessário para transformar um aspirante a escritor em um escritor profissional.

    O meio utilizado não importa muito. Você pode escrever a mão, em um caderno ou bloco de notas, ou pode utilizar um computador. O importante é se dedicar de corpo e alma, visando uma única coisa: evoluir.

    O segredo dos escritores profissionais é simples. Eles sabem que a escrita é a enxada da profissão. Quanto mais um autor pratica, mais ele aprende e mais se aproxima do objetivo central de todos: viver unicamente da sua própria escrita.

    Quantas palavras eu devo escrever?

    Essa questão é um pouco mais subjetiva. Em seu livro “Sobre a Escrita”, Stephen King recomenda que você não pare de escrever antes de produzir 2 mil palavras. Eu concordo com ele e este é a base que me guia hoje em dia.

    Porém, para quem está começando, escrever tudo isso pode ser uma tarefa quase impossível. Eu recomendo algo entre 500 e 700 palavras para quem quer desenvolver o hábito de escrever.

    O importante é não ficar preso a um número agora. A única coisa que importa é tentar passar os 15 minutos escrevendo. Quantas palavras surgirão disso? Não há como saber. Foque-se na ideia de melhorar a cada dia.

    Qual a melhor rotina de escrita?

    Isso não é uma receita de bolo, então sinta-se livre para criar formas diferentes. Mas o que eu vou te apresentar é algo que funciona muito bem comigo e com outros autores com quem conversei. Por isso, antes de criar sua própria rotina, tente utilizar essa e ver se ela vai funcionar com você.

    Passo 1 – Defina sobre o que você vai escrever

    É importante saber sobre o que você vai escrever antes mesmo de começar a escrever. Esse é o principal segredo para acabar com o bloqueio criativo. Posso te dizer sem medo de errar que não tenho um único bloqueio criativo há, pelo menos, uns seis anos. As vezes, sinto preguiça de escrever, mas isso é algo bem diferente. 🙂

    Então, anote ideias simples ou tópicos sobre o que você pretende escrever. Se estiver usando um computador, separe uma folha sulfite ou um bloco de notas para anotar as ideias, porque as ideias fluem melhor e mais rapidamente desta forma. Quando estiver pronto, como algumas ideias e conceitos, passe para o computador e escreva, de fato.

    Passo 2 – Use um cronômetro para marcar o tempo

    Você não precisa comprar um cronômetro, obviamente. Use o seu celular, porque todos possuem essa ferramenta nativamente. Lembre-se apenas de não limitar a sua escrita pelo tempo do cronômetro. Afinal, 15 minutos são o tempo mínimo que você deve escrever, não o máximo. Se a sua escrita fluir por horas, melhor ainda.

    Mas, mesmo assim, faça o que puder para desenvolver o máximo de ideias nos 15 minutos disponíveis. Isso vai aumentar seu senso de urgência e te fazer vislumbrar o que é a vida do escritor profissional, vivendo em uma batalha constante com prazos apertados.

    Passo 3 – Escreva como se sua vida depende disso

    É para isso que você está aqui, não é? Então escreva! Use as ideias que você anotou e bote sua mente (e seus dedos) para funcionar. Neste momento, você não precisa se preocupar muito com a gramática, com construção frasal ou com a qualidade das suas histórias. Tudo isso pode ser corrigido mais tarde.

    A única coisa realmente importante é tirar as ideias da sua cabeça. Dar forma para coisas que, antes disso, eram apenas ideias malucas. Nesse momento, você é um deus moldando vida no barro. Não pense em minhas palavras como algo ofensivo ou herege, mas use como um exemplo para entender maneira como você deve se comportar.

    Seus textos precisam de vida e cabe a você trazer essa vida.

    Passo 4 – Mantenha-se absolutamente focado na escrita

    Hora de escrever é hora de escrever. Esqueça facebook, whatsapp ou qualquer outras redes sociais que possam comprometer sua produtividade. Normalmente, desperdiçamos horas e mais horas do nosso dia com coisas que não nos ajudam a alcançar nossos objetivos. Seu objetivo é fugir dessas coisas.

    Quando atingir os 15 minutos, você poderá fazer uma pausa ou até mesmo para de escrever. Mas, antes disse, seu foco deve ser apenas um: escrever sem parar.

    Afinal de contas, quinze minutos não é tanto tempo assim. Você vai sobreviver se demorar um tempo a mais para responder aquela mensagem ou ver aquele meme de gatinho.

    O que fazer depois de escrever?

    Algum tempo atrás, escrevi um texto falando sobre o roubo. Muitos autores tem medo de compartilhar seus escritos com alguém que possa roubá-los. Minha opinião sobre isso pode soar polêmica para alguns, mas ela é sincera e, porque não, verdadeira: ninguém vai roubar seu texto porque, infelizmente, ninguém liga para o seu texto.

    A menos que você seja uma encarnação do Fiódor Dostoiévski, do Franz Kafka ou do J.R.R. Tolkien, é bem provável que seu texto esteja bem ruim. Que apresente falhas estruturais grotescas e ideias mal desenvolvidas. Por isso, não tenha medo do roubos. Tenha medo de não evoluir.

    Todo mundo começa dessa maneira e escrever todos os dias é a melhor forma de melhorar sua escrita. A segunda melhor forma é receber feedback de outros autores e aprender com quem sabe mais ou tem mais prática.

    Compartilhe seus textos e não tenha medo. Ainda hoje eu faço isso, porque nenhum texto é tão bom que não possa melhorar.

    O que fazer depois de compartilhar?

    Da mesma forma que você aprende muito quando recebe opiniões, você também pode aprender muito quando oferece suas próprias opiniões. A internet está cheia de autores em todas as etapas. Desde aqueles que estão começando hoje, neste momento, até aqueles que escrevem há décadas. O que todos tem em que comum com você é que eles QUEREM e PRECISAM ser lidos.

    Você pode ajudar lendo e dando o seu próprio feedback.

    Se não sabe onde fazer isso, comece pelo grupo da UEFB (União dos Escritores de Fantasia e Ficção Científica do Brasil). O grupo no facebook é bem movimentado e possui muitas pessoas dispostas a crescer e ajudar novos autores.

    Nunca seja ofensivo. Se achar que o texto é péssimo e não for capaz de encontrar nada de bom para dizer, simplesmente pule para o próximo. Uma crítica ácida e maldosa nunca terá uma função positiva. Tente ser encorajador nas suas palavras, mesmo quando apontar pontos ruins. Diga o que gostaria de ouvir para evoluir.

    A melhor forma de fazer isso é seguir a fórmula positivo-construtivo-positivo. Entenda melhor abaixo:

    1. Comece sua avaliação elencando os tópicos onde o escritor acertou em cheio com sua escrita. Deixe-o feliz e mais suscetível para qualquer crítica negativa que possa surgir.
    2. Neste ponto, compartilhe ideias de melhorar os pontos em que eles erraram. Não foque nos erros, mas na maneira de corrigi-los.
    3. Por fim, repita a avaliação positiva, ou acrescente mais uma característica positiva do texto.

    Oferecer um feedback sincero para outros autores pode te ajudar a evoluir, vendo o que funciona e o que não funciona na escrita de outras pessoas.

    E qual é o próximo passo?

    Escrita é aprendizado. Você nunca chegará em um ponto onde dirá: eu sei tudo o que há para se saber sobre escrita criativa. Sempre há algo novo para aprender, um técnica nova para testar ou um gênero novo para abordar. Justamente por isso, é importante tentar se manter sempre atualizado.

    Uma boa forma de fazer isso é assinar minha newsletter sobre escrita criativa e storytelling. Duas vezes por semana, o assinantes recebem ideias e materiais exclusivos, que não são postados aqui no site e em nenhum outro lugar. Conteúdos de primeira linha, que vão te ajudar a se destacar neste mundo cada vez mais concorrido.

    Preencha o formulário abaixo ou clique AQUI. Depois disso, siga os conselhos e torne-se um autor/autora muito melhor.

    Obrigado pela visita, volte sempre e boa escrita. 😀

    Conheça 4 formas infalíveis de encontrar tempo para escrever mesmo que você tenha uma agenda lotada

    Para a maioria dos autores, tanto novatos quanto veteranos, a maior reclamação não está relacionada a falta de ideias, mas a falta de tempo para desenvolvê-las. Isso porque o mundo moderno encheu nossos dias de compromissos inadiáveis, problemas insolúveis, horários apertados e rotinas sufocantes. Mas, ainda assim, uma coisa é certa: escritores escrevem. Se você não está escrevendo… você não é um escritor.

    Não tome esta frase como dura ou arrogante. Ela esta aí para funcionar como um alerta para aqueles que passam o dia sonhando como o memento de parar e escrever, mas que simplesmente não escrevem quando encontram essa oportunidade. Para aqueles que reclamam que o dia anda curto demais.

    Neste artigo, vou te apresentar quatro formas funcionais que grandes escritores usam para conseguir separar um tempo do dia para escrever. Se você segui-las da maneira correta, garanto que será capaz de escrever – pelo menos – duas mil palavras diárias.

    Fazendo isso, você se tornará muito mais produtivo, ao mesmo tempo em que desenvolverá sua sua escrita com mais eficácia. É a prática que leva a perfeição. Quanto mais você escrever, mais habilidoso será e mais chances terá de se destacar na profissão.

    Afinal, o mercado é bem competitivo e isso independe dos escritores. O fato é que autores como Stephen King, que lançam pelo menos um (as vezes dois) livros por ano, permanecem muito mais tempo na cabeça das pessoas. É verdade que muitas obras acabam se tornando ruins, mas isso é algo que também pode ser aperfeiçoado.

    Todos os caminhos levam a Roma

    Este artigo não é uma receita de bolo. Não existe uma única forma de encontrar tempo para escrever, como você já deve saber. O que vou te apresentar aqui são formas que costumam dar certo com aqueles que realmente querem fazer da escrita uma parte fundamental da rotina diária.

    As principais abordagens são:

    • Rotina diária: escrever todos os dias em um horário definido;
    • Rotina semanal: escrever uma dia da semana, em um horário definido;
    • Escrita espontânea: começar a escrever sempre que uma ideia surge na cabeça;
    • Escrita profunda: separar dias inteiros para escrever sem parar.

    Para este pobre escriba que vos caneteia, o ponto que deu certo é bem definido: rotina. Eu já disse isso em mais de um artigo, mas não custa repetir. Eu escrevo todos os dias, faça chuva ou faça sol, seja dia útil ou feriado. Não importa se estou bem de espirito, se estou triste, se estou magoado ou se acabei receber a melhor notícia da minha vida.

    Quando chega o meu horário de escrever, paro tudo, fico na frente do computador por – pelo menos – uma hora e escrevo sem parar. Deu certo para mim e pode dar certo para você.

    Costumamos usar o termo rotina como sendo algo ruim, tedioso e problemático. O fato, porém, é que a rotina é uma das maiores aliadas de um escritor produtivo. Sem rotinas, tudo o que resta é a incerteza e os temidos bloqueios criativos. Mas é claro que criar rotinas não é a única forma.

    Por isso, antes de tudo, você precisa responder uma pergunta:

    Escrever é importante para você?

    Pense bem antes de responder. Fique tranquilo, porque eu não quero saber sua resposta, mas saiba que ela é que vai definir os seus próximos passos. Vale a pena perder horas de sono se você não considera a escrita importante? Vale a pena trocar a companhia dos seus amigos e familiares se por algumas horas na frente do computador se você não considera a escrita importante?

    Se a resposta for positiva, não tenho dúvidas de que este artigo será de grande ajuda. Afinal, todo os resultados dependem apenas de você.

    01 – Faça uma autoavaliação e escolha uma abordagem

    O primeiro passo é saber quem você. Como entender o que pode funcionar se você não sabe como sua própria mente funciona? Sun Tzu, o general chinês que escreveu A Arte da Guerra disse que:

    “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo e nem a si mesmo, perderá todas as batalhas”.

    Autoconhecimento é fundamental para vencer essa batalha que é escrever com fluidez e frequência. Confira seus hábitos. Tente escrever em vários horários para descobrir em qual as coisas fluem com mais naturalidade. Tente dormir em horários diferentes. Acorde mais cedo e tente escrever. A única forma de descobrir e testando.

    Uma dica interessante é olhar outras áreas da sua vida em que você conseguiu se realizar. Um grande objetivo que você tinha, como entrar em uma faculdade, comprar um carro ou passar em um concurso público. Como você se organizou para este feito? Como se preparou? A mesma forma pode funcionar para a escrita também.

    Uma boa forma de começar é dar ouvidos aos seus instintos. Obviamente, eles não serão seu único instinto para sempre, mas podem ajudar a deixar as coisas mais claras quando não sabemos para onde ir.

    02 – Reconsidere a forma como gasta seu tempo

    Tempo é um bem de consumo. Ainda que nos esqueçamos deste detalhe, o tempo cumpre como seu papel e desaparece tão rápido que, na maioria das vezes, agimos como viciados em busca de novas doses de tempo. Sempre queremos mais… e sempre perdemos. É um ciclo vicioso.

    E, ainda que eu não te conheça pessoalmente, posso apostar com qualquer um que você desperdiça a maior parte do seu tempo livre. É bem provável que desperdice até mesmo uma parte significativa do seu tempo de trabalho.

    Não, eu não sou um telepata. Todos nós somos assim e é por isso que a procrastinação é, para mim, o grande mal do século. Somos programados para procrastinar.

    Por isso, tente repensar no que você fez nas últimas semanas e veja como usou o seu tempo. Pegue sua agenda, caso tenha uma, e confira cada compromisso. Em seguida, tente listar o que foi útil e o que foi desperdício de tempo. Faça o mesmo para compromissos pessoais, sem ligação com trabalho.

    Ao fim deste exercício, acredito que chegará a conclusão de que jogou fora muitas e muitas horas que poderiam ter sido usadas para escrever ou até mesmo descansar. Boa parte dos problemas que nos atormentam são criados pelo nosso próprio impulso, mas não conseguimos perceber porque não olhamos para trás e não ligamos os pontos.

    Também há softwares que ajudam nesse processo. A maioria dos celulares e computadores apresentam relatórios completos de utilização, dizendo quanto tempo você dedicou para tarefas uteis e quanto desperdiçou com redes sociais e coisas do tipo. Preste atenção nos detalhes e reflita.

    Depois de descobrir o que anda fazendo de errado, tente mudar sua rotina. Você passa três horas por dia assistindo a Netflix? Tente passar apenas uma e dedique as outras duas para a escrita. Grandes pretenções exigem grandes sacrifícios.

    03 – Registre a forma como gasta o tempo

    Essa dica complementa a anterior. Caso não seja capaz de observar sua rotina nos dias passados, tente monitorá-la a partir de hoje! Hoje mesmo. Agora. Abra um caderno ou um bloco de notas e escreva sua rotina diária, conforme ela ocorrer. Ao fim do dia, confira o que foi útil.

    Faça isso por uma semana e tente tabular da melhor forma possível os dados obtidos. E então tire suas conclusões. O que estes números querem dizer? Você está dormindo muito, pouco ou na medida certa? Acorda que horas? Passa quanto tempo no serviço? E na academia? E no computador? Está desperdiçando seu tempo precioso?

    Lembre-se da primeira dica: autoconhecimento é tudo!

    04 – Planeje tudo e crie calendários de escrita

    Esta próxima dica pode parecer complicada para quem não tem o hábito de criar rotinas, mas ela é fundamental para quem quer viver da escrita. Escritores profissionais tem prazo, não importa quem eles sejam.

    Até mesmo o George R.R. Martin, que vem anunciando o próximo livro das Crônicas de Gelo e Fogo há uns dez anos, tem prazos para cumprir.

    Criar um calendário de escrita te ajuda a cair na real e começar a escrever. Sempre achamos que não é a hora certa, que precisamos de mais inspiração, de mais incentivo, de mais recursos… E isso faz com que a escrita seja deixada de lado. Mas, se você agir como um profissional, tem grandes chances de mudar esse pensamento errado.

    Encare sua escrita como uma parte fundamental do seu dia e defina um prazo para produzir e concluir seu projeto, seja ele qual for.

    Se estiver escrevendo uma romance, defina algo como:

    • Estruturação dos personagens: uma semana;
    • Estruturação dos capítulos: 2 semanas;
    • Escrita do primeiro tratamento: dois meses;
    • Primeira revisão: duas semanas;
    • Segunda revisão: duas semanas.
    • Finalização: uma semana.

    Esse é só uma exemplo, mas resume a forma que eu utilizo para escrever minhas histórias. Dependendo da complexidade, os prazos podem diminuir ou aumentar. Isso só depende de você.

    O importante é fazer o possível para cumprir religiosamente os prazos estabelecidos.

    Caso não escreva todos os dais, compre um calendário físico (comigo funciona melhor) e defina todos os dias que pretende escrever. Marque as datas de entrega e os dias de descanso. Trate a escrita como um trabalho, não apenas como lazer. Se algum imprevisto acontecer, reprograme o calendário, mas não o abandone.

    Isso tornará o seu tempo mais útil e te aproximará ainda mais do seu objetivo, caso ele seja viver profissionalmente da escrita.

    Como aproveitar ao máximo o seu tempo de escrita

    Depois de escolher sua abordagem e praticar por alguns dias, tente ter certeza de que as coisas estão dando certo. Não se prenda a regras, só porque eu te disse que elas são importantes. Se algo não funcionar com você, não force a barra. Tente outras técnicas, outros horários, outros pontos de vista.

    Acima de qualquer coisa, não compare o seu desempenho com o de outros escritores. Cada pessoa pensa, age e criar de uma forma diferente. Alguns autores escrevem mais, outros escrevem menos… Isso não importa, no fim das contas.

    E você também não deve se sentir mal quando algo der errado ou quando não conseguir encontrar um tempo para escrever. Isso acontece. Lembre-se do Joseph Climber:

    A Vida é uma Caixinha de Surpresas

    Infelizmente, a vida vai atrapalhar sempre que ela puder (porque, universo?) e sentir-se culpado não vai te ajudar a superar.

    Tente aplicar essas três dicas simples:

    Prepare-se. Tenha sempre à mão as ferramentas certas e saiba o que você está escrevendo. Ande sempre com blocos de notas, moleskines ou o que funcionar para sua rotina. Escreva sempre que as ideias surgirem, ainda que sejam pequenos tópicos. As ideias estão no ar.

    Não procrastine! Essa é minha única regra de verdade. Você até pode desperdiçar um pouco de tempo com coisas inúteis, mas deve fazer isso com moderação. A procrastinação pode acabar com a sua carreira, então afaste-a sempre que ela aparecer para te assombrar. Estabeleça limites para tudo.

    Recompense-se. Algumas pessoas não gostam desta técnica, de oferecer pequenas recompensas pelo trabalho realizado. Para mim, porém, funciona de forma magistral e pode funcionar com você também. O importante é manter a recompensa com um extra e não como o prêmio final. Você não escreve esperando recompensa, você escreve porque precisa. Porque isso é o que você é. As recompensas são só um pequeno extra.

    Novamente, vou repetir o que já disse antes:

    Escrever é importante para você?

    Se a resposta for positiva, você vai dar um jeito, não importa o tamanho das dificuldades. Você vai achar um horário na sua agenda, nem que seja as 2h da manhã de um domingo.

    Espero que tenha gostado deste artigo e que ele te ajude a encontrar tempo para escrever. Uma boa forma de me dizer se gostou mesmo é compartilhando com o máximo de pessoas que puder. Afinal, tenho certeza que você conhece mais alguém que também pode gostar. Então, seja uma pessoa legal e compartilhe! Não guarde as coisas boas só para você.

    Você também pode assine minha newsletter para receber os melhores conteúdos sobre storytelling, escrita criativa, copywriting e muito mais diretamente no seu e-mail, de graça. Os links estão abaixo e acima deste post.

    Obrigado pela visita, volte sempre e boa escrita. 😀

    Fórmula AIDA: descubra a estratégia centenária que gera milhões de reais em vendas e que poucos conhecem

    Na semana passada, anunciei que produziria uma série de conteúdos sobre copywriting, uma técnica de escrita focada na produção de textos que causam engajamento. O primeiro texto desta série já foi publicado e você pode conferi-lo aqui. E agora estou aqui novamente para trazer um conteúdo completo sobre o que considero ser a base fundamental do copywriting: a fórmula AIDA.

    Esta palavra estranha é um acrônimo/sigla para Atenção, Interesse, Desejo e Ação . Talvez você nunca tenho ouvido este termo, caso seja novo na escrita persuasiva, mas saiba que ele é usado diariamente em praticamente todas as copys que são escritas.

    Isso porque ela orienta o leitor (e possível cliente) através da “Jornada do Comprador”, um conceito de marketing que descreve os primeiros passos do cliente entre o contato inicial com a marca até a decisão de compra ou abandono. Então, o que a AIDA faz é tentar entender como o leitor pensa, influenciando suas decisões futuras através de gatilhos mentais (falaremos disso em breve).

    É por isso que a AIDA é tão popular. Os quatro itens que forma esse acrônimo são, basicamente, os elementos chaves de uma copy com potencial de convencer o leitor a tomar uma decisão.

    Se o seu texto possui apenas um destes elementos, poderá soar interessante para o leitor, mas não será capaz de convencê-lo a tomar uma decisão. Mas se você for capaz de uni-los de uma forma interessante, usando elementos de storytelling e criando uma história memorável, seu leitor não será capaz de resistir a ação que você deseja que ele tome.

    Então, segundo a AIDA, um texto persuasivo deve, em primeiro lugar, atrair a atenção do leitor. Depois disso, deve ser capaz de despertar o seu interesse, para que ele continue lendo até o fim. Em seguida, deve causar um desejo. Este desejo deve ser tão profundo que o leitor vai pular para o próximo passo sem notar: ele vai agir com base no Call to Action que você escolheu.

    Sacou a ideia? Vamos lá.

    Uma estrutura que funciona

    O primeiro passo é entender que a AIDA é um formato de estrutura. Isso quer dizer que ela é utilizada para arquitetar os textos, fazendo com que eles tomem uma boa direção. Quando bem utilizado, este modelo não será visível da superfície, mas será facilmente reconhecido pelo cérebro do leitor, sedento por uma ordem clara.

    Eu nunca fui muito fã das fórmulas secretas da escrita, porque sempre acreditei que elas limitam a criatividade. Ainda acredito, na verdade. Mas é justamente por isso que a AIDA dá tão certo: ela não é uma fórmula mágica.

    A AIDA não te apresenta o que você deve escrever. Ela não te diz como as coisas devem ser apresentadas e que palavras você deve usar. A única coisa que ela faz é te orientar pelo mar de incertezas que é a mente de um leitor, apontando para qual direção você deve seguir.

    Imagine a seguinte analogia:

    Você está perdido em uma ilha deserta, sozinho, sem saber como sair. A sua frente, o mar brame, revolto, cheio de ondas avassaladoras. E você não sabe para onde ir. Você caminha pela areia por horas até que encontra uma bússola em meio aos escombros de um velho barco encalhado.

    Você continua preso na ilha, mas agora tem – literalmente – um norte para onde seguir. Você pode usar os restos do barco encalhado para fazer uma jangada ou derrubar uma árvore para fazer um batel. Há meios mais simples e meios mais complexos, mas não importa o que você vai escolher. O que importa é que, agora, você realmente sabe para onde ir.

    A AIDA é exatamente isso: uma bússola numa ilha deserta. Ela não te salva, mas te dá condições de procurar uma forma para se salvar. Tudo ainda depende de você e da sua vontade de trabalhar arduamente para desempenhar um bom trabalho.

    Antigo, mas não ultrapassado

    A ideia inicial que viria a se tornar a AIDA foi desenvolvida em 1899. Exatos 90 anos antes do meu nascimento. Isso quer dizer que o conceito tem, pelo menos, 12o anos de vida. E o mais assustado é que sua capacidade de influenciar o leitor continua firme e forte.

    O criador da fórmula foi um dos pioneiros da publicidade, o norte-americano Elias St. Elmo Lewis. Ou só Elmo Lewis, para o íntimos. 🙂

    Segundo o autor, a fórmula foi criada com o objetivo de otimizar o processo de venda de um produto, realizando uma interação entre o vendedor e o comprador. Criar intimidade com o comprador, ainda hoje, é a melhor forma de vender alguma coisa.

    Segundo Lewis, o processo se resumia em:

    Chamar a atenção do consumidor para informá-lo sobre o produto e, então, fazer dele um cliente.

    Naquela época, a publicidade ainda estava engatinhando e era vista como um tipo de treinamento para fazer com que o comprador sentisse a necessidade d0 produto. Muita coisa mudou com o passar dos anos, mas este conceito permaneceu, porque os humanos continuam agindo do mesmo jeito, é claro.

    Em 1909, o conceito AIDA foi definido e Lewis mudou sua definição. Agora o processo consistia em:

    Atrair a atenção, despertar o interesse, persuadir e convencer.

    E, agora que você já está bem abastecido de história, vamos entender cada um dos pontos que constituem a fórmula AIDA.

    01 – Atenção

    Todos os elementos da AIDA são importantes, mas a atenção é crucial. Simplesmente porque, sem ela, os outros não existem. Se o seu leitor não tiver sua atenção atraída para o texto, ele não vai ler nenhuma palavra e, consequentemente, não vai tomar nenhuma ação.

    É por isso que os copywriter falam tanto sobre o “título matador” ou sobre a “headline irresistível”.

    Quando você escreve um artigo em um site ou uma carta de vendas, a primeira coisa com a qual o seu leitor terá contato será com o título (ou headline, em inglês). É por isso que sempre digo que, se o título for ruim, mesmo que o texto seja genial, o leitor simplesmente abandona a página.

    Você precisa fisgar o leitor neste momento com um titulo que soe tão interessante que ele não terá outra escolha que não seja continuar lendo. Se isso acontecer, você terá a oportunidade de continuar o texto, apresentando suas ideias e os motivos para que ele tome uma ação. Mas, se ele não for impactado… Acabou.

    Penso um pouco: quantos artigos, notícias, matérias e até mesmo livros você abandonou ou perdeu o interesse simplesmente porque não gostou do título. São muitos, eu aposto. Mais do que você seria capaz de contar.

    Agora pense no lado oposto: quantos conteúdos você consumiu só porque o título era interessante? Alguns destes, talvez, você tenha odiado. Mas o título cumpriu seu papel de captar a sua atenção e faze-lo continuar.

    Vamos analisar o título deste artigo, que você está lendo.

    Fórmula A.I.D.A.: descubra a estratégia centenária que gera milhões de reais em vendas todos os dias e que poucos conhecem

    Ele também cumpriu o seu papel. Chamou a sua atenção e você está aqui. Por que?

    Porque ele contém alguns elementos importantes para captar a atenção do leitor. Em primeiro lugar, o termo “estratégia centenário”, que carrega um tom místico. Ao mesmo tempo, passa a ideia de que já foi comprovado, afinal, existe há mais de um século.

    Ao mesmo tempo, a frase “que gera milhões de reais em vendas todos os dias” também funciona bem, por ajuda a comprovar a eficácia da estratégia.

    E o pulo do gato está no “que poucos conhecem”. Imagine que exista uma lâmpada onde mora um gênio que pode conceder desejos… Agora imagine que só você sabe onde esta lâmpada está. Bingo! Temos os gatilhos mentais da escassez e da urgência juntos.

    Poucos sabem disso, mas o conteúdo é gratuito, então eu preciso aprender logo antes que outros aprendam e utilizem antes de mim!

    Uma forma de se criar bons títulos é usando uma outra fórmula do copywriting: a DTO (Desejo + Tempo + Objeções).

    É bem simples. Comece o texto apresentando o resultado final que a pessoa deseja alcançar com seu produto ou serviço. Em seguida, especifique em quanto tempo ela vai conseguir atingir esse objetivo. Por fim, mate todas as objeções que podem aparecer quando o leitor se deparar com o título.

    EX: Como emagrecer de uma vez por todas em um mês, mesmo que você não queira frequentar academias.

    • Desejo: como emagrecer de uma vez por todas;
    • Tempo: em um mês;
    • Objeções: mesmo que você não queira frequentar academias.

    Este é apenas uma das formas de criar títulos matadores, mas existem outras. Muitas outras. Falaremos sobre isso nos próximos artigos.

    02 – Interesse

    Neste momento, você já conseguiu chamar a atenção do seu leitor. Ele está prosseguindo com a leitura, acreditando na promessa que você fez, mas isso não garante que ele está pronto para tomar uma decisão. Ainda há muito chão pela frente e você vai precisar provar o que disse.

    Uma coisa que muita gente erra sobre o copywriting é acreditar na ideia de que podemos dizer qualquer coisa para convencer o cliente. Que podemos mentir o inventar conceitos.

    ISSO NÃO É VERDADE.

    Você precisa ser sincero sempre, porque, depois de ler o seu texto ou comprar o seu produtor, o seu cliente será capaz de saber se você está mentindo ou dizendo a verdade. E se você estiver mentindo… A cosia pode ficar feia.

    O leitor te deu uma oportunidade de falar mais sobre a sua ideia, produto, serviço, negócio. Utilize esse sinal de confiança com sabedoria.

    Se estiver vendendo um produto, lembre-se de que há milhares de outras pessoas que vendem a mesma coisa que você. Por isso, use este momento para apresentar todos os benefícios que o seu produto (e apenas o seu produto) tem. Você pode até lembrar o cliente que existem outras pessoas oferecendo produtos parecidas, mas que nenhum deles se iguala ao seu. E trabalhe arduamente para que isso seja verdade.

    Nesse momento, você também deve repetir o modelo do título e eliminar todas as objeções que o cliente possa ter. Se coloque no lugar do leitor e imagine as dúvidas que podem surgir na cabeça dele. Esclareça todas com calma e atenção. As principais dúvidas sempre são parecidas com:

    • Como esse produto tornará a minha vida melhor?
    • Por que esse produto é ideal para mim?
    • O que eu ganho comprando esse produto?

    Explique em detalhes, quantas vezes for preciso.

    03 – Desejo

    Agora chegamos no momento de ouro. Essa etapa é complicada e um pouco mais demorada, porque é aqui que o seu leitor deve se encantar de verdade. E neste momento que ele deve ser tomado por uma vontade incontrolável de adquirir seu produto, assinar sua lista de e-mails ou o que mais você almejar.

    E se as etapas anteriores demoravam poucos segundos, está pode levar um tempo significativamente maior. Você precisa transformar o interesse pelo produto em um desejo incontrolável de comprá-lo.

    Esta é a etapa-chave da copy, mas não vou mentir. É também a mais complicada e onde a maioria dos escritores falha miseravelmente.

    Você já apresentou as características do seu produto. Agora é o momento de provar que ele pode mudar a vida do leitor. Algumas pessoas fazendo isso apresentando depoimentos de pessoas que já compraram aquele produto e tiveram suas vidas transformadas.

    Isso porque este elemento é um forte gatilho mental conhecido como Prova Social. É claro que eu vou falar sobre isso em outro artigo, mas o que você precisa saber agora é que quando as pessoas percebem que outras pessoas já tiveram um resultado semelhante ao que elas querem atingir, se sentem mais confiantes para comprar um determinado produto. Elas começam a acreditar que aquilo também pode funcionar para elas.

    04 – Ação

    E, por fim, chegamos na ação. Se você realizou todas as outras etapas de forma competente, o cliente estará mais do que disposto a realizar o último ato: comprar o produto, assinar a newsletter, seguir seu perfil, se inscrever no seu canal… Tanto faz o objetivo final. O que importa é converter.

    É aqui que entra o CTA (Call to Action), que eu já falei no outro artigo.

    Tenha em mente que o seu CTA precisa ser totalmente claro, para que o leitor não se confunda em nenhum momento. Evite acrescentar formulários desnecessariamente longos ou solicitar informações sensíveis. Isso pode matar a conversão e fazer o cliente sentir que está sendo enganado.

    Você também deve dar garantias, bônus e facilidades de pagamento. Se houver descontos exclusivos e únicos (usando o gatilho mental da escassez), a coisa pode fluir ainda mais naturalmente, para que a oferta se torne impossível de ignorar.

    Até mesmo a quantidade de produtos disponíveis contribui no momento de convencer o cliente a comprar. Afinal, se ele não realizar essa ação agora, neste instante, pode ter que esperar meses ou até mesmo anos para conseguir comprar o produto. E olha o gatilho mental da escassez aí, novamente.

    Essa é a hora de ser ativo. Use verbos de comando, mas sem soar agressivo. Prefira verbos como clicar, garantir e começar para amplificar o sentimento de urgência. Alguns bons exemplos são:

    • Comece a ganhar dinheiro hoje
    • Clique agora e aproveite esta oferta
    • Insira seu melhor e-mail abaixo
    • Garanta a sua vaga agora!

    O que você precisa saber é que o texto não serve para nada se ele não converter. Se o cliente não comprar o produto, não assinar o email, ou qualquer outra coisa que você defina.

    Conclusão

    A fórmula AIDA é bem simples e os seus mais de 100 anos de uso comprovam que ela é eficiente. Encare-a como um grande aliado dos seus negócios, como uma forma comprovada de aumentar os lucros da sua empresa.

    Mas não tente usá-la como uma fórmula secreta. Como eu disse antes, fórmulas secretas não existem no mundo real. A AIDA apresenta uma estratégia interessante para iniciar um processo de comunicação com o seu cliente. Se optar por seguir este caminho, você será capaz de construir relações duradouras, com ganhos mútuos: para você e para o seu cliente.

    E você precisa saber que a melhor forma de vender e continuar vendendo e oferecer produtos de qualidade, que curem a dor do cliente e ainda entregue um algo a mais. Não existe estratégia que sobreviva a um produto ruim. O melhor divulgador da sua solução será sempre o seu cliente satisfeito.

    E agora, como sempre, é a hora do meu CTA.

    Se você gostou deste artigo e conhece mais alguém que também pode gostar, seja uma pessoa legal e compartilhe! Não guarde as coisas boas só para você. Assine a newsletter para receber os melhores conteúdos sobre copywriting, storytelling e escrita criativa diretamente no seu e-mail, de graça.

    Obrigado pela visita, volte sempre e boa escrita. 😀