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    As faculdades particulares estão ainda mais caras

    Um levantamento feito pelo Panorama do Ensino Superior Privado mostrou que os preços das mensalidades de faculdades particulares estão ainda mais caros no Brasil, tanto na modalidade presencial quanto no ensino à distância.

    Mas não é um aumento comum, algo para equiparar a inflação. É um aumento muito acima da média, considerando a situação econômica do país. A modalidade presencial teve um aumento de 6,3% nos valores, enquanto que o ensino à distância registrou um aumento de 7,7%. E a inflação foi de apenas 1,8%.

    No total, mais de 1.300 Instituições de Ensino Superior foram catalogadas para a realização deste levantamento, o que equivale a mais de 80% do mercado nacional. Ou seja, isso não é um fenômeno isolado. Está acontecendo em todos os lugares do país, inclusive aqui em Sinop.

    Eu sou universitário e isso não é novidade pra mim, porque eu sei bem que o mercado da educação é uma terra sem lei no Brasil. Tanto o público quanto o privado. Mas, mesmo assim, não consigo deixar de me assustar.

    Se você já esteve em uma faculdade particular deve saber que absolutamente nada é de graça. Nada mesmo. Nem os certificados que, pela lei, não poderiam ser cobrados, já que estão inclusos no valor das mensalidades. Mas eles cobram mesmo assim. Agora, some ao valor das mensalidades as centenas de impressões, as cópias, os livros, os minicursos, as semanas acadêmicas, os congressos científicos, os estágios e as horas extracurriculares, que são inferno na vida de qualquer estudante.

    A coisa é ainda pior para os cursos nas áreas de Ciências Sociais, Matemática, Computação, Pedagogia e Licenciaturas de uma forma geral, que registraram aumento de 10% acima da inflação na modalidade presencial. Se o aumento fosse reinvestido na estrutura do curso, eu até entenderia. Mas o que vemos são faculdades sucateadas, caindo aos pedaços, sem equipamentos e com professores completamente despreparados e sem nenhuma experiência de trabalho.

    Que a nossa educação pública é uma piada sem graça, todos sabem. Os alunos saem da escola anos-luz atrás dos seus concorrentes das escolas particulares. Mas quando a coisa chega no ensino superior, a situação se inverte.

    As exigências das faculdades públicas não são compatíveis com o ensino fundamental oferecido pelo governo, o que faz com que elas se tornem inacessíveis para os mais pobres. Dessa forma, as particulares se transformam num antro dos pobres que querem estudar. E as consequência disso são dívidas gigantescas com parcelamentos estudantis e um índice de evasão estratosférico.

    Quem vai mudar isso, eu não sei. Mas, até que alguém abra os olhos para a situação, continuaremos sendo um país de analfabetos que se orgulham da serem burros. De faculdades particulares criadas exclusivamente para roubar os pobres e de faculdades públicas frequentadas unicamente por ricos.

    A verdade é bem pior do que qualquer Fake News

    Uma notícia chamou minha atenção na tarde de ontem. A presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a ministra Rosa Weber convocou uma reunião com os coordenadores das campanhas dos candidatos Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, do PT. O motivo da campanha e discutir as notícias falsas estão sendo veiculadas por ambos os candidatos, tanto nos programas eleitorais quanto nas mídias sociais.

    Você consegue entender como isso é grave? O futuro presidente do Brasil, seja ele Haddad ou Bolsonaro, está usando notícias falsas, ou em bom português, mentiras, para se eleger. E a coisa chegou num nível tão absurdo que o Tribunal Superior Eleitoral precisou entrar no meio, pedindo que os partidos assinassem um acordo contra a divulgação de notícias falsas.

    Os candidatos também assinaram um Termo de Compromisso de Respeito à Constituição da República Federativa do Brasil proposta pela Associação Brasileira de Imprensa, como o mesmo objetivo de não espalhar mentiras.

    Mas aí eu te pergunto: você acha que esse acordo vai mudar alguma coisa? Eu duvido muito. Eles vão continuar inventando mentiras uns sobre os outros, porque é assim que as campanhas eleitorais funcionam. E eu já trabalhei em muitas. Posso dizer isso com propriedade.

    Não que isso seja novidade. Praticamente todos os políticos eleitos, tanto antes quanto agora, só conseguiram fazer isso na base da mentira e das acusações aos outros, deixando o eleitor sem saída. Propostas que é bom… Nada.

    Mas eu esperava um pouco mais de classe, ao menos nas campanhas presidenciais.

    E sabe o que me deixa mais confuso nessa situação? É que, se o objetivo é seguir o padrão das eleições de 2018 e construir a campanha unicamente acusando o outro, sem apresentar propostas, inventar mentiras é desnecessário. Porque nenhum dos candidatos é santo. É só usar os fatos, porque eles são bem piores do que qualquer mentira que possa ser inventada.

    Vamos lá: um candidato é um ex-militar com mais de trinta anos de vida pública que, digam o que quiserem seus apoiadores, nunca fez absolutamente nada pelo Brasil. Está sendo eleito pelo medo do povo, pelo desespero e pela total falta de opções. O outro é um mauricinho que paga de bom moço, mas que visivelmente não tem controle nenhum de sua campanha. Tanto que seu mentor está preso e ele recebe ordens de dentro da cadeia. E tem também o fato de que já foi considerado o pior prefeito do Brasil, quando governou a cidade de São Paulo.

    Eu não sei onde essa campanha vai parar e nem qual candidato vai ser eleito. Mas você entendeu o que eu quis dizer?

    No Brasil, a verdade é bem pior do que qualquer Fake News.

    Eu sou responsável pelo que eu digo, não pelo que você entende

    Poucas coisas são certas nessa vida. Seu eu tivesse que apostar, diria que apenas duas afirmações são verdades absolutas. A primeira é que todos vão morrer. Faça você o que fizer, tenha o dinheiro que tiver, em algum momento a morte vai te alcançar. A segunda é que sempre vai haver alguém que vai interpretar errado o que você disser, seja lá o que for.

    Apesar da beleza, nossa língua é complexa. Todas as línguas são, para alguns membros da sociedade e os motivos para isso são muitos. Falta de bagagem cultura, desinformação, preconceito, desinteresse e até mesmo burrice mesmo.

    E são esses detalhes que criam o chamado “ruído de informação”. É quando você diz A e a pessoa entende B. Esses ruídos já criaram guerras. Já destruíram amizades e fizeram impérios desaparecerem do mapa. São os maiores causadores dos crimes passionais. São o que leva aquele seu amigo fanático por futebol ou política a querer discutir com você depois que você diz o que pensa.

    Eu passo por isso constantemente, desde que aprendi que sou mais valioso com a boca aberta do quem com ela fechada. Sou constantemente abordado por pessoas que simplesmente não entenderam o que eu disse e, por isso, querem discutir.

    E isso é complicado, porque você diz as suas palavras, mas os outros ouvem as palavras deles. Eles atribuem significados completamente diferentes daqueles que você atribuiu. Com isso, entendem coisas igualmente diferentes do que você tentou dizer.

    Mas eu sou categórico na minha resposta para essas pessoas: “eu sou responsável pelo que eu digo, não pelo que você entende”.

    E talvez seja isso que as pessoas precisam ter em mente. Porque, hoje em dia, ninguém sabe mais a diferente entre uma afirmação e uma pergunta. Entre uma ironia, uma provocação e uma alfinetada. Entre A e B.

    Somos um país de pessoas que desprezam livros, mas que amam imagens. E, se as imagens forem bonitas, acreditamos cegamente. Não conhecemos o poder do nosso idioma. E eu não digo que todos precisam se tornar professores de gramática. Não é preciso tanto para entender melhor o que os outros dizem.

    A caneta é mais forte do que a espada. É a arma mais poderosa que o ser humano já criou, porque pode unir e destruir uma civilização ao mesmo tempo. Ainda mais nos dias de hoje. E as pessoas desperdiçam este poder.

    Mas eu vou continuar dizendo, mesmo que as pessoas não me entendam. Continuarei dando minha cara a tapa. Porque é assim que se muda as coisas. Afinal de contas, como disse o Belchior, certa vez, “sons, palavras, são navalhas e eu não posso cantar como convém, sem querer ferir ninguém”.

    Você vai ser criticado em algum momento da sua vida

    Críticas fazem parte da vida de qualquer pessoa que se arrisque a ser diferente. Se você fizer algo fora do normal, se você decidir dar sua opinião sobre o que quer que seja, se você não seguir a manada, certamente sua vida ser bombardeada por críticas. E, muitas vezes, essas críticas vão te destruir.

    Por que as pessoas estão mais preocupadas em ofender do que em argumentar. E quem quer fazer as coisas acontecerem precisa estar ciente disso.

    Você pode ter certeza de que eu estou. Porque eu entendi desde cedo que é assim que o ser humano funciona. Nós não buscamos argumentos contrários, quando iniciamos uma conversa com alguém. Nós buscamos empatia. Buscamos ideias que se pareçam com as nossas ideias. Somos assim e, provavelmente nunca mudaremos.

    É que o confronto dói. Ele faz pensar. E pensar, nos dias de hoje, é uma das coisas que as pessoas mais odeiam fazer. Incomoda e leva tempo. Não dá pra pensar ao mesmo tempo em que você vê vídeos de memes no YouTube. Não dá pra pensar enquanto você briga com seus amigos por política no WhatsApp.

    Até porque se todo mundo pensasse mais, não haveria brigas no WhatsApp. As pessoas entenderiam que há coisas mais importantes para se fazer.

    Mas o fato é que as críticas existem. Você vai ser criticado em algum momento dessa sua vida. E é bem provável que você discorde da opinião de quem te criticar. Em alguns momentos, você ficará triste. Em outros, vai desejar a morte. Talvez se sinta mal e acredita que não vale mais a pena expressar a sua opinião.

    E, talvez, você faça como eu.

    Talvez você aprenda que a crítica é o primeiro passo para a perfeição. Porque sempre é possível aprender. Até mesmo com os idiotas. Até mesmo com aquelas pessoas que a clara representação de tudo o que você odeia.

    Críticas fazer você abrir os olhos e enxergar a vida. Porque se você não ficar atento, ela passa por cima. E não volta para se desculpar.

    Da próxima vez que alguém criticar você o seu trabalho, sorria. Agradeça gentilmente e volte para a mesa de projeto. Você não precisa aceitar a crítica. Não precisa concordar com ela. Não precisa fazer nada além de entender que você não vai agradar a todos nunca. Ninguém pode.

    E não tem absolutamente nada de errado com isso.

    Como eu sei se o meu texto está perfeito?

    A dica de hoje é especial. Isso porque ela é meio filosófica e, com toda certeza, vai causar alguma confusão entre os leitores. Sempre que falo de temas que soam polêmicos (mesmo que não sejam, de fato), acabo perdendo alguns leitores, mas sempre ganho muitos outros.

    E é por isso que decidi falar sobre esse tema: perfeição.

    Você já leu um texto perfeito? Você já leu um livro que considere perfeito? Já conheceu uma pessoa que se orgulhe de dizer que é perfeita? Duvido muito. E, se conheceu, deve considerar essa pessoa alguém muito arrogante para se ter ao lado, né?

    Estamos condicionados a acreditar que a perfeição simplesmente não existe. Ninguém é perfeito. Nenhum texto é perfeito. Nada é perfeito. Ou, para os mais espirituais, apenas Deus é perfeito.

    É claro que eu também não me acho perfeito. Tem uma lista bem grande de coisas que eu gostaria de mudar em mim, por dentro e por fora. Tanto em mim quanto na minha escrita e na minha vida profissional, de uma forma geral.

    pode imaginar como deve ser pensar que não há nada de errado com você? Eu não posso. Você me pergunta o que há de errado comigo e tenho uma longa lista de coisas que quero melhorar.

    Mas, se ninguém realmente é perfeito, como podemos atingir a perfeição em nossa escrita? Para entender isso, vamos entender o que é a perfeição.

    “Perfeito” é um adjetivo que significa completo, inteiro, não faltando nada. Não há nada de místico nisso. Não há nada de divino ou sobre humano. É uma palavra que diz que tudo está em seu lugar, conforme deveria mesmo estar. Perfeito significa estar completo. Significa que não falta nada.

    Embora a perfeição possa vir com trabalho duro, isso não é regra. Muitas coisas podem ser perfeitas sem que precisemos nos esforçar. Você já observou um pôr do sol? Já correu pela chuva pisando nas poças? Já sorriu vendo seus filhos brincarem no quintal? Há perfeição genuína em cada um destes momentos. Não falta nada.

    Então, quando estiver fazendo algo, seja escrevendo uma história ou vivendo a sua vida mesmo, não se esforce para ser perfeito. Tenha em mente que já é perfeito. Seja o que você já é. Essa simples percepção da maravilha das coisas já fará o seu trabalho ser melhor do que ele sempre foi.

    Muitas pessoas se veem naquele dilema. Elas pegam seus textos e pedem para que alguém leia. Então dizem: “você acha que está bom”? Quando isso acontece comigo, confesso que não sei bem como responder. Porque a pergunta está errada. Quem sou eu para dizer que algo é bom ou ruim?

    Minha opinião não divide o mundo.

    As pessoas precisam de afirmação. Precisam saber se estão no caminho certo. Mas o fato é que todos os caminhos levam a Roma. Alguns são mais tortuosos, outros são cobertos de flores. Mas o destino é sempre o mesmo. A diferença é que algumas pessoas desistem no meio do caminho, outras decidem voltar e iniciar tudo de novo, por outro lugar.

    E é aí chegamos a pergunta de um milhão de dólares: como eu sei se o que estou escrevendo é bom? Como sei se o meu texto está perfeito?

    Mesmo que o professor Girafales tenha me ensinado que só os idiotas fazem isso, eu te respondo com outra pergunta: Isso importa? Se sim, porque?

    Seu texto sempre estará em perfeita harmonia com o momento em que você vive. Se você considera perfeito aquele texto que segue todas as regras de português, terá que se esforçar um pouco mais para produzir seus textos. Terá que ler muito antes de repousar sua pena sobre o papel.

    Se o texto perfeito, para você, é aquele que carrega mais sentimentos, terá que viver mais a escrita. Despejar seu coração através da tinta.

    E o fato é que só há uma coisa que deixará o seu texto perfeito: a verdade. Escreva com verdade. Fale das coisas que gosta, das coisas que sente. Do modo como vê a vida e as pessoas ao seu redor. Se entregue de corpo de mente. Deixe que o sentimento flua através de seus dedos.

    O seu texto será perfeito porque estará harmonizado com seus sentimentos.

    Homens brancos e héteros também morrem

    Você acordou bem hoje? Espero que sim, porque, nessa véspera de feriado, eu vou falar de alguns temas ótimos para começar o dia bem: direitos iguais. Alguns minutos não suficientes para esclarecer a forma como eu penso, mas acho que já poderão abrir a sua mente. Ou deixa-la ainda mais fechada.

    Eu acho importante que exista movimentos sociais que defendam os direitos das minorias, como mulheres, gays, negros, judeus. Principalmente porque eles foram fundamentais no passado para garantir direitos primários, como a igualdade e o respeito. Até mesmo para os que não são minorias de verdade, mas se vendem como tal, como mulheres e negros.

    Mas sabe qual é o problema nisso tudo pra mim? É quando o discurso destes grupos começa enquadrar todos que não concordam com ele num mesmo formato. É aquilo que eu já falei aqui, lembra? Todo branco é racista, todo homem é machista, todo hétero é homofóbico.

    E quando eles propagam esse tipo de coisa, o único discurso que se torna aceitável é aquele que reafirma o modo de pensar desse grupo. Todos os outros viram crimes mortais. E isso prova a tese do Paulo Freire que diz que:

    Todo oprimido sonha em se tornar opressor.

    O que vemos hoje em dia é exatamente isso. Estes movimentos descolados, modernos, empoderadores não querem nada além de inverter a situação.

    O que ouvimos é: “não diga isso porque vai ofender as mulheres”. “Não diga isso por que vai ofender os gays”. “Não diga isso porque vai ofender os negros”. Agora, uma mulher ofender um homem? Sem problema. Ela tem esse direito. Um negro ofender um branco. Eles têm esse direito, já que não existe racismo reverso. Um gay ofender um hétero? Isso nunca aconteceria. E se aconteceu, foi porque o hétero começou.

    Eu sempre achei que direitos iguais quisessem dizer que todas as pessoas devem ser tratadas como iguais. Mas o que a maioria dos movimentos sociais pregam é exatamente o mesmo que os movimentos racistas, machistas e homofóbicos pregam: que algumas pessoas são diferentes das outras e que elas merecem condições diferenciadas. A única diferença é o lado que cada grupo defende.

    Uma das pessoas que mais admiro nesse mundo é o Freddie Mercury, o falecido vocalista da banda Queen. Ele era um dos maiores cantores que o mundo já viu. Era gay e era africano, nascido na Tanzânia. Está para nascer alguém que se iguale ao Freddie. Também está para nascer alguém que conte histórias tão bem quanto a grande escritora Agatha Christie. Ou alguém com a coragem de Martin Luther King. Ou a força de Muhammad Ali. Ou o talento de Chuck Berry.

    Mas Freddie Mercury não foi um dos maiores cantores do mundo porque era gay. Ele era um bom cantor que também era gay. E Agatha Christie não era talentosa porque era mulher. Mais do que isso, ela escrevia boas histórias. Apenas isso.

    O mundo tem problemas de sobra. O preconceito é um deles e ele destrói muitas vidas. Mulheres são mortas todos os dias em todo o mundo. Gays também. Mas, acredite você ou não, homens brancos e héteros também morrem.

    Você sabia que para cada 1 mulher que morre no Brasil, morrem 11 homens? E você sabia que de cada 5 mortes relacionadas com violência doméstica, 4 são de homens. Eu não estou falando de roubos, assaltos ou coisas do gênero. Estou falando de violência doméstica.

    De cada 5 mortes relacionadas com violência doméstica, 4 são de homens.

    Mas, olha só que inusitado: a lei Maria da Penha favorece exclusivamente as mulheres. O homem tem que ir na delegacia normal, enfrentar o processo normal.

    Em 2016, foram registrados 61.619 homicídios no Brasil. Desse total, 4.657 eram mulheres. Isso dá menos de 8%. Eu não estou desmerecendo o fato de que muitas mulheres foram mortas. Mas, se eu me lembro bem das aulas de matemática, a conta está um pouco desigual.

    Entenda que eu não estou dizendo que não devemos dar atenção as mulheres, aos negros, aos gays, aos árabes, aos muçulmanos, aos hindus, e a todos os outros. Eu estou dizendo que a base da igualdade é que o tratamento seja igual.

    E se você é mulher e acha que é muito difícil ir até uma delegacia relatar um ato de violência doméstica, porque todos vão te julgar e achar que a culpa é sua… Tente pensar em como é para um homem relatar o mesmo fato. Há vários tipos de violência doméstica que homens sofrem também. Não seja machista ao ponto de achar o contrário.

    Homens morrem todos os dias, principalmente pela pressão que sentem de serem machos alfa. Pressão essa que, muitas vezes, vem das próprias mulheres. E, enquanto a própria sociedade se esforçar para se separar através de rótulos inúteis, ninguém poderá fazer nada para acabar com os preconceitos.

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    Fontes: Fórum Brasileiro de Segurança Pública – G1

    A Venezuela é logo ali do lado, meus amigos…

    Na segunda-feira, o Ministério Público venezuelano divulgou que o vereador Fernando Albán Salazar havia se suicidado. Segundo o comunicado, ele se jogou do décimo andar de um prédio do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, justamente quando seria transferido para um tribunal. Salazar era acusado de estar envolvido na tentativa de atentado com drones contra o presidente Nicolás Maduro, que ocorreu há pouco mais de dois meses.

    A versão oficial diz que ele estava numa sala de espera quando pediu para ir ao banheiro. De lá, se jogou pela janela.

    Eu não sei como está o seu olfato depois de tanta porcaria fedendo nos últimos meses, mas eu ainda consigo farejar algumas falcatruas quando vejo por aí. Esse vereador era oposição ao governo do Maduro e estava preso desde a última sexta-feira. Ele negava envolvimento no atentado. Na verdade, boa parte dos venezuelanos sequer acredita que o atentado foi real. Tudo parece armado demais, quase como uma desculpa para o governo agir contra a oposição.

    O partido do vereador afirma categoricamente que ele foi assassinado pelo regime de Nicolás Maduro. E se você exercitar um pouco a mente, vai ver que é bem provável que eles estejam certos.

    Agora, o Itamaray, o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU e União Europeia estão cobrando da Venezuela uma investigação sobre morte do vereador. As circunstâncias são muito suspeitas. E me lembra uma situação que os esquerdistas, e até mesmo o próprio Nicolás Maduro, gostam de lembrar sempre que se referem ao período do regime militar: a morte de Vladimir Herzog.

    Lembra daquela foto que você deve ter visto até ficar cansado na escola, que mostrava o jornalista enforcado Herzog enforcado com uma com uma tira de pano em uma grade. Ninguém engoliu essa história também.

    A tira usada para o suposto suicídio era o cinto do macacão que os presos usavam e ela estava amarrada em uma grade a 1,63 metro de altura. Mas o macacão dos prisioneiros do DOI-CODI não tinha cinto. Ele era retirado, juntamente com os cordões dos sapatos justamente para evitar suicídios. A foto também mostra os pés do jornalista tocando o chão, com os joelhos dobrados numa posição em que o enforcamento era impossível. E a prova principal, é claro, são as duas marcas encontradas no pescoço do cadáver, que são típicas de estrangulamento.

    O fato é: regimes autoritários, sejam eles quais forem, resolvem seus problemas assim, com mortes e armações. Com retaliação intensa para cima da oposição. Isso não é exclusividade da esquerda ou da direita. É exclusividade de quem acha que está acima do bem e do mal.

    Já tivermos gente assim no Brasil. Ainda temos alguns. E temos outros querendo voltar. O que você pretende fazer quanto a isso?

    Lembre-se bem: a Venezuela é logo ali do lado e, mais do que nunca, ela está cada dia mais perto do Brasil.

    Você consegue identificar uma pessoa fascista?

    Eu vi uma foto ontem que me chamou bastante a atenção. Era a imagem de um candidato que estará na disputa ao segundo turno a presidência, mas ela havia sido alterada. Ele tinha chifres e um bigodinho bem ridículo inspirado não em Charlie Chaplin, mas em Adolf Hitler. Abaixo da imagem, os dizeres: não vote no fascista.

    Isso me inspirou a falar com você sobre um tema bem interessante: fascismo.

    É porque tem muita gente falando besteira por aí sobre o fascismo. Claro que eu sei que você é culto e não cai nessas besteiras, mas não custa nada perguntar, não é?

    Você sabe o que fascismo? Você consegue identificar uma pessoa fascista? Eu sei que você já deve ter acusado muita gente disso enquanto participava de alguma manifestação política, mas você consegue, de fato, definir como um governo fascista se comporta?

    Como uma pessoa bem estudada, é óbvio que você sabe que o fascismo é movimento político extremamente radical que surgiu na Itália e que ganhou destaque no início do século XX na Europa. E aí vem o primeiro erro: Adolf Hitler nunca foi fascista. O ícone do fascismo foi Benito Mussolini. Mas eu entendo a confusão porque fascismo e nazismo são bem parecidos e possuem uma semelhança primordial: ambos têm como base o… socialismo. Exatamente!

    Então, queira você ou não, apesar do ufanismo, apesar do nacionalismo, o nazismo e o fascismo estão muito mais próximos dos movimentos de esquerda do que de qualquer outros.

    Mas, hoje não vamos falar de nazismo. Vamos falar de fascismo.

    O fascismo surgiu sendo influenciados pelo principalmente pelos movimentos sindicais, na época da Primeira Guerra Mundial. Ele era uma mistura de ideias de direita com esquerda. Era oposição ao socialismo e ao comunismo, mas também era contra a democracia liberal e conservadorismo tradicional.

    O fascismo pregava o totalitarismo. O controle absoluto do estado sobre todas as áreas da vida das pessoas. Tudo, absolutamente tudo que o cidadão quisesse fazer exigia uma aprovação dos órgãos governamentais. Era a mais clara expressão do estado gigantesco pregado pelos… Adivinhe só: governos de esquerda!

    Para manter a farsa da paz, o fascismo controlava pesadamente os meios de comunicação. Esse controle era exercido diretamente pelo governo e a mídia sofria regulação direta e indireta. A censura a ideias contrárias ao regime era comum.

    O regime militar fazia isso há trinta anos, né? Sabe quem faz até hoje? Os regimes de esquerda pelo mundo a fora. China, Coreia do Norte, Rússia…

    O principal destaque do fascismo é que a todo o regime é centrado na figura de um ditador. Uma pessoa considerada a cabeça de tudo. Alguém que deve ser amado acima de todas as coisas, em qualquer circunstância e que nunca está errado. Alguém que não pode ser contrariado.

    Quais regimes mundiais se focam na figura do líder mais do que tudo? Vou citar alguns aqui e você me diz o que acha: Coreia do Norte, Rússia, Venezuela, Arábia Saudita, Síria…

    E nós podemos fazer até mesmo um paralelo com o Brasil. E vou fazer o meu, e você decide se eu estou certo ou se sou maluco. Quem é o líder político seguido e amado independente dos seus defeitos, independente das porcarias que diz, independente dos processos que carrega, independente das ofensas que propaga, independente do mal que ele causa?

    Você pensou em um cara, né? Mas pense um pouco mais. Faltou um detalhe.

    Quem é o líder que é seguido mesmo sendo um criminoso declarado pela justiça, mesmo ofendendo gays e lésbicas em vídeo e áudios disponíveis pela internet. E, acima de tudo, mesmo estando preso?

    E adivinha quem esse líder está apoiando na eleição? Só uma dica: não é o cara da imagem que eu recebi.

    Se as coisas não mudaram para você, mesmo depois de tudo isso, talvez seja a hora de passar na fila de calibragem do cérebro mais uma vez. E talvez seja hora de deixar o whatsapp de lado e começar a frequentar bibliotecas e museus… Antes que eles virem cinzas nas mãos de um tal de partido da liberdade…

    O futuro do Brasil está nas suas mãos

    Essa é a nossa última conversa antes do primeiro turno da eleição. Por isso, acho que vale a pena recapitular algumas coisas, você não acha? Chegou o momento de fazer a diferença. O momento que você está esperando há muito tempo. As opções não são as melhores. Nem de longe. Mas, mesmo assim, precisamos escolher com responsabilidade.

    Lembre-se que a sua decisão vai influenciar no Brasil não só agora, mas nos próximos anos. Por isso, não falte. Compareça e vote. Faça valer o seu direito.

    Eu sei que estes tempos nos deixam pessimistas. E, como eu já disse, quando as pessoas ficam pessimistas com a eleição, elas acabam não indo votar. Mas isso não pode acontecer neste momento. Porque as pessoas que estão sabotando o Brasil, aqueles que se alimentam da corrupção, elas não deixarão de votar.

    A políticos de carreira que se roubam o nosso dinheiro e sugam a nossa alma, eles não vão deixar de votar. Nem eles e nem os seus familiares e nem os seus amigos e nem os seus lacaios. Nem os seus funcionários e nem as pessoas que eles subornam.

    Quando você deixa de votar, você se auto sabota. Você garante o direito dos corruptos de continuarem no poder. De roubarem dentro da lei, na maior honestidade possível. Pense nisso antes de sair por aí convencendo as pessoas a não ir votar.

    Tome cuidado com as pesquisas. Você não é obrigado a votar em ninguém só porque o viu crescer o cair em uma pesquisa. Escolha os candidatos pelo que eles representam para você e para as pessoas de quem você gosta. Analise a propostas com atenção. Não caia em discursos bonitos e palavras agradáveis.

    Você tem o direito de ficar pessimista. Tem o direto de reclamar, gritar e fazer. Tem até o direito de polarizar. Mas não tem o direito de espalhar a desinformação. Seja consciente. Pesquise. E vote. Decida… Ou outras pessoas decidirão por você.

    O futuro do estado está nas suas mãos. Do Brasil também. Cabe a você escolher o que fazer com essa responsabilidade.